Careca do INSS reclama de apelido na CPMI: 'Jamais fui esse personagem fictício'

Por Redação, com Metrópoles 25/09/2025 21h09 - Atualizado em 25/09/2025 21h09
Por Redação, com Metrópoles 25/09/2025 21h09 Atualizado em 25/09/2025 21h09
Careca do INSS reclama de apelido na CPMI: 'Jamais fui esse personagem fictício'
Careca do INSS - Foto: BRENO ESAKI/METRÓPOLES @BrenoEsakiFoto

O empresário e lobista Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, afirmou, nesta quinta-feira (25/9), que as acusações que o apontam como um dos principais operadores do esquema que desviou milhões de aposentados e pensionistas são “mentira, inveja e calúnia”. Preso desde 12 de setembro, ele presta depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

“Sempre acreditei que a verdade, sustentada em fatos e documentos, seria o suficiente para afastar a mentira, a inveja e a calúnia que vem sendo disseminadas desde o início dessa investigação”, afirmou Antunes.

O lobista também declarou que jamais foi “esse personagem fictício chamado Careca do INSS”.

Segundo ele, a alcunha fez com que “veículos de comunicação respeitados, profissionais de imprensa e toda a sociedade a acreditar em uma narrativa fantasiosa, construída a partir de uma leitura superficial de e-mail trocados entre duas entidades privadas”.

Fraudes do INSS

O escândalo do INSS foi revelado pelo portal Metrópoles em uma série de reportagens publicadas a partir de dezembro de 2023.

Três meses depois, o portal mostrou que a arrecadação das entidades com descontos de mensalidade de aposentados havia disparado, chegando a R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações respondiam a milhares de processos por fraude nas filiações de segurados.

As reportagens do Metrópoles levaram à abertura de inquérito pela Polícia Federal (PF) e abasteceram as apurações da Controladoria-Geral da União (CGU).

Ao todo, 38 matérias do portal foram listadas pela PF na representação que deu origem à Operação Sem Desconto, deflagrada no dia 23/4 e que culminou nas demissões do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

O “Careca do INSS”

Além de representar entidades, o lobista, que ficou famoso após as investigações, é apontado como dono de call centers que prestavam serviços na captação de associados das entidades da farra dos descontos indevidos sobre aposentados e, por força de contrato, ganhava 27,5% sobre descontos de novos filiados.

Antunes é suspeito de corromper ex-diretores e o ex-procurador-geral do INSS com pagamentos a empresas e, até mesmo, transferência de carrões de luxo a parentes deles.

A Polícia Federal também investiga a possibilidade de lavagem de dinheiro em movimentações milionárias do Careca do INSS no Brasil e no exterior. Hoje, ele é visto como o principal operador do esquema, com procuração de, pelo menos, oito entidades para atuar em seus nomes.

Somente a PF identificou que o lobista recebeu R$ 30 milhões de associações ligadas à farra do INSS.