A Igreja Católica reconheceu oficialmente dois milagres atribuídos à intercessão de Carlo Acutis, jovem italiano falecido em 2006, aos 15 anos, vítima de leucemia. O primeiro deles aconteceu no Brasil, em 2013, e o segundo na Costa Rica, em 2022. Com o reconhecimento, neste domingo, 07, Acutis será proclamado santo, tornando-se o primeiro da geração millennial a receber a canonização.

O processo foi conduzido pelo Dicastério para as Causas dos Santos, no Vaticano, que confirmou que as curas não possuem explicação científica. Em comum, os dois casos envolvem jovens em situações críticas de saúde, cuja recuperação foi atribuída às orações feitas a Carlo Acutis, considerado símbolo de uma “santidade próxima” às novas gerações.

No Brasil, o milagre ocorreu com Matheus Vianna, hoje com 15 anos. Em outubro de 2013, quando tinha apenas 3, ele sofria de uma grave má formação chamada pâncreas anular, que causava vômitos constantes, infecções pulmonares e baixo peso. Os médicos recomendaram cirurgia, mas a família não tinha recursos para o procedimento.

No dia 12 de outubro daquele ano, Matheus foi levado à Capela de Nossa Senhora Aparecida, em Campo Grande (MS), onde estava exposta uma relíquia de Carlo Acutis — um pedaço de sua camiseta. A família rezou pedindo a intercessão do jovem beato. Diante da relíquia, o menino fez um pedido simples: “Parar de vomitar.” Na mesma noite, voltou para casa, comeu sem passar mal e nunca mais apresentou os sintomas.

Dias depois, exames confirmaram que não havia mais sinais da anomalia. O caso foi comunicado ao Vaticano pelo padre Marcelo Tenório, pároco da capela, e reconhecido como o primeiro milagre atribuído a Carlo Acutis. Hoje, Matheus leva uma vida saudável e normal, estudando e vivendo a adolescência com fé.

O segundo milagre aconteceu em 2022, com a jovem costa-riquenha Valeria Valverde, que sofreu um grave acidente de bicicleta em Florença, na Itália, e entrou em coma por traumatismo craniano. Sua mãe viajou até Assis, onde está o túmulo de Carlo Acutis, e rezou pela recuperação da filha. Pouco tempo depois, Valeria começou a respirar sozinha, abriu os olhos e retomou a fala. Exames confirmaram que ela não teve sequelas, e o caso foi reconhecido pelo Vaticano em maio de 2024.