Caso Cauane Lays: laudo pericial confirma revólver como arma do crime

Por Agência Alagoas 07/02/2025 16h04
Por Agência Alagoas 07/02/2025 16h04
Caso Cauane Lays: laudo pericial confirma revólver como arma do crime
Arma apreendida - Foto: Agência Alagoas

A conclusão dos laudos periciais sobre o caso da morte da adolescente Cauane Lays de Araújo Silva, de 13 anos, foi divulgada durante uma coletiva à imprensa realizada nesta terça-feira (7). A jovem foi morta a tiros no dia 1º de fevereiro em uma praça no bairro da Santa Amélia, em Maceió, em um crime que também deixou um jovem de 17 anos ferido.

A delegada Tacyane Ribeiro, coordenadora da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), e o perito Charles Mariano, chefe do Instituto de Criminalística (IC), apresentaram novos detalhes sobre o caso. O laudo do exame de balística foi um dos pontos cruciais na investigação.

O exame de balística envolveu a comparação de projéteis de arma de fogo retirados do corpo da vítima, durante a necropsia no IML de Maceió, e de outros dois projéteis encontrados na cena do crime. O resultado da análise forense confirmou que o revólver calibre.38, que foi apreendido com o suspeito, foi o mesmo utilizado para cometer o crime, confirmando a conexão entre a arma e os disparos que vitimaram a adolescente.

“A nossa função é auxiliar a investigação, fornecendo essas provas materiais que servem para concluir um caso. Nesse caso específico, a atuação da Polícia Científica começou com o levantamento do local de crime, um trabalho extremamente importante porque é nesse momento que são coletados os vestígios que são processados a posteriori, e esses vestígios podem, como nesse caso específico, elucidar a autoria de um crime”, afirmou Charles Mariano.

A perita criminal Camila Valença, chefe administrativa do IC, afirmou que os padrões produzidos nesse exame serão inseridos no Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB), um banco de dados que armazena amostras de projéteis e estojos de armas de fogo, gerido pelo Ministério da Justiça, e do qual Alagoas faz parte. Isso permitirá fazer um confronto com diversos materiais que foram coletados em outras cenas de crime em qualquer lugar do Brasil, para saber se essa arma apreendida foi utilizada em outras ações.

Segundo o perito criminal Gabriel de Aguiar, a vítima foi atingida por disparos na região torácica direita e na face anterior do punho direito. Outro ponto intrigante do exame de balística foi o trajeto de um dos projéteis, que transfixou o portão de um imóvel situado a 18 metros do corpo da vítima. Já o outro projétil ricocheteou no portão da mesma propriedade e foi encontrado na calçada de um estabelecimento comercial próximo.


“Quando cheguei no local de crime, ele estava bem preservado, com as condições apropriadas para confirmar a dinâmica do crime, permitindo a localização dos vestígios, que confirmaram a materialidade do crime. Isso mostra a importância da preservação e do isolamento pelas primeiras equipes que chegaram no local, como também a conscientização da população em evitar invadir esses locais, se afastar e não contaminar a cena do crime, até a chegada da perícia”, destacou o perito.

O caso segue em investigação pela DHPP, que agora conta com essas novas evidências para avançar na conclusão do inquérito policial, nos detalhes sobre a autoria e a dinâmica do crime. Para a coordenadora da DHPP, delegada Tacyane Ribeiro, além da confissão, reconhecimento, a prova técnica robustece e deixa o inquérito policial mais elaborado.  
“Nós estamos concluindo a investigação na próxima semana. Faltam ouvir algumas pessoas, juntar os laudos periciais, especialmente esse da comparação balística, que robusteceu bastante nosso inquérito policial. Então, semana que vem, após finalização dos depoimentos, iremos concluir esse inquérito e remetê-lo ao juiz, responsável pelo caso”, afirmou a delegada.

Tacyane Ribeiro explicou ainda que a gravação da morte da adolescente por uma câmera de segurança permitiu a identificação, localização e prisão em flagrante do indivíduo com a arma do crime em menos de 24 horas. Essa apuração célere nas circunstâncias do crime e a integração entre as forças de segurança foram de extrema importância para a conversão da prisão dele em preventiva pelo Poder Judiciário.