Conheça personalidades pretas que participaram da campanha da Consciência Negra, em Alagoas
O Governo de Alagoas lançou este mês a campanha institucional do mês da Consciência Negra, celebrando os 330 anos da morte de Zumbi dos Palmares. Com o tema “Zumbi Vive em Nós”, o vídeo mostra a força e a resistência do povo negro.
Como parte da campanha, alguns dos personagens, que aparecem no vídeo institucional, gravaram um conteúdo à parte, contando um pouco da sua história para as redes sociais do Governo de Alagoas.
São seis vídeos, seis histórias de pessoas que lutam pela igualdade racial diariamente: Vanda Menezes, Zezito de Araújo, Fátima Viana, Mãe Neide Oyá Doxum, Socorro França e Célio Rodrigues/Babá Omitoloji.
Nesta reportagem, vamos contar um pouco sobre as três primeiras personalidades da campanha.
Vanda Menezes

O primeiro depoimento é de Vanda Menezes, ativista do movimento de mulheres negras.
“Minha luta começa aos 18 anos, quando participei da criação da Associação Cultural Zumbi, primeira entidade negra do estado de Alagoas. Nós éramos 33 pessoas, 30 homens e três mulheres e aí passamos a fazer essa luta cotidiana, transformando e construindo o 20 de novembro”, conta.
Vanda ainda deixa uma mensagem de esperança: “Sonho com um país onde minhas netas possam vir num lugar, viver em paz, viver tendo trabalho digno, escola digna e um futuro harmonioso no país que nós construímos. E eu não consigo perceber a minha vida não fossem o movimento negro e o movimento feminista brasileiro. Enquanto houver racismo, não haverá democracia”, pontua.
Vanda Menezes é uma figura importante na luta pelos direitos da população negra e pelos direitos das mulheres. Ela é militante negra e feminista há mais de 30 anos, com atuação em Alagoas, onde trabalhou como psicóloga e perita criminal da Polícia Civil, além de ter ocupado o cargo de secretária.
Seu trabalho envolve a conscientização sobre os direitos e o combate ao racismo e à violência de gênero. Desde os 18 anos, ela se dedica a essas causas, mostrando um compromisso de longa data com a justiça social.
Mãe Neide Oyá Doxum

O segundo episódio da campanha institucional do mês da Consciência Negra, celebrando os 330 anos da morte de Zumbi, trouxe Mãe Neide Oyá Doxum, representando as pessoas pretas do candomblé.
“Quando eu me vi dentro da religião de matriz africana, eu não imaginava que a luta pela causa negra começasse dentro da nossa própria casa. Fazer com que os nossos filhos se vejam, se amem, tenham orgulho da sua cor, do seu cabelo e que respeitem as diferenças. Então, militar pela causa é isso tudo, é ocupar espaços. E a minha vida toda foi essa”, conta Mãe Neide.
A resistência está, segundo Mãe Neide, em todas as ações e expressões que fazem as pessoas existirem. “Na cozinha, fazendo comida preta, comida ancestral, escrevendo, dando bronca, cantando, gritando. Mas o mundo é tão, tão preconceituoso. Você é tão racista que nós só temos duas opções: ou lutar ou lutar. Eu escolhi lutar, porque não tem nem aquela de não lutar, é lutar e lutar”, finaliza.
Natural de Arapiraca, Mãe Neide mantém um centro de cultura afro, o Centro Espírita Santa Bárbara, no Conjunto Village Campestre, parte alta de Maceió, onde realiza diversos cursos e oficinas profissionalizantes, trabalhando em prol da melhoria da comunidade. Tanto que, em 2014, recebeu o título de cidadã maceioense; um ano antes, já havia recebido o título de cidadã palmarina.
Em 2017, Mãe Neide recebeu o título de melhor chef alagoana e, um ano depois, em 2018, foi eleita Embaixadora da Gastronomia Alagoana, a partir de sua relação com a culinária de tradição quilombola feita em seu restaurante, o Baobá, localizado na Serra da Barriga, em União dos Palmares, e no bairro Ponta Verde, em Maceió.
Já em 2021, foi eleita a melhor chef do país, sendo a única mulher negra e nordestina a chegar à última fase da disputa. É Patrimônio Vivo de Alagoas, por sua contribuição com a cultura local e sua relação com a cozinha.
Fátima Viana

O terceiro episódio trouxe a professora Fátima Viana, mulher negra, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi) do Instituto Federal de Alagoas (Ifal).
“Zumbi ainda vive porque é muito atual para nossa realidade, do nosso país, e eu costumo dizer que quando a gente fala de consciência negra, não é que a gente queira celebrar como o ‘Dia do Negro’, mas aquilo de dizer o que foi feito de consciência negra. Ele tem muitas respostas para que a gente viva atualmente no país”, conta Fátima.
Vinda de uma família conservadora, Fátima conta um pouco de sua história, como se tornou militante e as pessoas que a acompanharam na caminhada. “E a partir daí eu não deixei mais o movimento negro. E foi muito importante para mim, porque foi um outro olhar daquele ambiente que eu precisava frequentar, me descobrir, fazer parte desse grupo e vir para cá, para a Serra da Barriga, conhecer pessoas notáveis no Brasil; estar perto de Abdias, de Milton, de Joel, de Lélia Gonzalez, de Dialaeda”, ressalta.
Coordenadora do Neabi/Ifal, Fátima atua na promoção da educação antirracista. Ela esteve envolvida em eventos e iniciativas que visam ressignificar conceitos sobre racismo e preconceito, conforme evidenciado em diversas publicações.
A professora colabora com outros profissionais e instituições, como a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN).
Confira os vídeos no YouTube do Governo de Alagoas clicando aqui.
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