Jovem é esquartejado na BA após entrar em localidade dominada por facção rival, denunciam moradores

Por Redação com Terra 18/11/2025 20h08
Por Redação com Terra 18/11/2025 20h08
Jovem é esquartejado na BA após entrar em localidade dominada por facção rival, denunciam moradores
Williams Nogueira estaria participando de atividades em um terreiro em Simões Filho - Foto: Foto: Reprodução/Instagram

Um jovem foi encontrado morto e esquartejado na tarde de segunda-feira, 17, no bairro Aratu, em Simões Filho, na região metropolitana de Salvador. Ele foi identificado como Williams Nogueira dos Santos Silva, de 28 anos, jovem militante e integrante do Movimento Negro Unificado (MNU).

A morte de Williams gerou comoção nas redes, com manifestações de diversos movimentos sociais. O MNU publicou uma nota de pesar e exigiu uma investigação célere do caso. Foi também o grupo quem expôs as condições nas quais o corpo de Williams foi encontrado. Segundo o MNU, o jovem foi "sequestrado, torturado, obrigado a fazer sinal de facção, e posteriormente esquartejado".

Williams era morador do Nordeste de Amaralina, um dos maiores bairros periféricos de Salvador. A comunidade acredita que ele tenha sido morto por estar em uma área controlada por uma facção rival. A informação é de que Williams foi a Simões Filho para cumprir obrigações religiosas em um terreiro que frequentava.

"Familiares, amigos e moradores ainda tentam compreender como uma vida dedicada à arte e à comunicação pôde ser interrompida de maneira tão brutal. Em 2010, ao lado do primo, Willian fundou a Web Rádio SSA, um projeto que marcou sua trajetória e seu amor pela cultura e pela comunidade", diz trecho da nota publicada pela página Nordeste Sou, mantida por moradores do bairro.

A Polícia Civil ainda não confirmou tal hipótese, mas disse, em nota, que já tem os indícios de autoria da morte do jovem. "As investigações seguem em sigilo e mais detalhes não poderão ser divulgados no momento", afirma a corporação.

A Secretaria de Turismo do Estado (Setur-BA) confirmou que Williams era funcionário da empresa terceirizada Braspe, que presta serviços à pasta. Ainda assim, a secretaria preferiu não emitir nota pelo falecimento do jovem, que ocorreu fora das atividades de trabalho.