'No dia que começarem a falsificar Coca-Cola, vou me preocupar', diz Tarcísio sobre intoxicações por metanol em SP

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse, em tom de brincadeira durante uma coletiva de imprensa na segunda-feira (6) sobre os casos de intoxicação por metanol, que iria se preocupar com o assunto no dia em que começassem a adulterar Coca-Cola.
"No dia em que começarem a falsificar Coca-Cola, eu vou me preocupar... Ainda bem que ainda não chegaram nesse ponto. Coca-cola, até aqui, não. E a minha é normal [com açúcar na fórmula]", afirmou Tarcísio de Freitas.
Tarcísio deu a declaração após uma reunião com representantes do setor de bebidas, que, segundo, ele, tem se mostrado disposto a ajudar nas investigações.
“Nós ouvimos uma vontade enorme de colaborar. Quem estava aqui eram os fabricantes, os maiores fabricantes, os maiores players do Brasil estavam na mesa, que fabricam as maiores bebidas que são objetos de falsificação, Jack Daniels, Johnny Walker, enfim, todas essas bebidas que são objetos de falsificação. [Mas] não vou me aventurar nessa área, que não é minha praia”, afirmou.
O governador ponderou ainda que as empresas "sofrem muito com isso" porque "há uma crise de confiança". "As pessoas estão com medo. E precisamos restabelecer a confiança com ações integradas entre estado e iniciativa privada”, completou.
O estado de São Paulo concentra a maior parte dos registros do país de intoxicação pelo metanol em bebidas, com 15 casos confirmados e 164 sob análise, o que representa mais de 82% do total do país, segundo o Ministério da Saúde.
A morte da mulher de 30 anos em São Bernardo é a terceira no estado, mas não foi incluída ainda no último balanço porque foi informada depois da divulgação.
A Polícia de São Paulo trabalha com duas linhas principais de investigação sobre as bebidas "batizadas" com metanol, que causaram diversas internações e mortes no estado.
Uma delas é que o metanol teria sido usado para a higienização de garrafas reaproveitadas que acabaram não indo para a reciclagem, segundo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.
Outra hipótese é o uso do metanol para aumentar na produção o volume de bebidas falsificadas. Uma possibilidade é que a intenção do falsificador fosse adicionar etanol puro, sem saber que o produto estava contaminando com metanol.
A perícia feita pela Superintendência de Polícia Técnico-Científica confirmou a presença de metanol em bebidas de duas distribuidoras no estado.
O governador disse ainda que vai solicitar à Justiça a destruição de garrafas, rótulos, lacres, tampas e selos apreendidos durante as ações de fiscalização.
Só na última semana, mais de 7 mil garrafas suspeitas de falsificação ou adulteração foram recolhidas.
Tarcísio e o secretário da Segurança Pública, Guilherme Derrite, afastaram qualquer participação do PCC ou de outras facções criminosas, argumentando que o negócio é pouco lucrativo em comparação com o tráfico de drogas.
Os casos de intoxicação por metanol identificados até agora envolvem bebidas destiladas, como vodca e gin.
No entanto, especialistas reforçam que, neste momento, nenhuma bebida pode ser considerada totalmente segura. O risco maior, porém, está nos destilados, especialmente os incolores.
De acordo com médicos ouvidos pelo g1, cerveja, vinho e chope apresentam menor vulnerabilidade à adulteração com metanol, principalmente pela forma de produção e envase. A cerveja em lata é apontada como a opção de menor risco, já que o recipiente é mais difícil de ser adulterado.
Como identificar metanol na bebida?
Não é possível identificar a presença do metanol apenas olhando, cheirando ou provando a bebida. Ele não altera cor, odor ou sabor, e só pode ser detectado por testes laboratoriais. Por isso, especialistas o chamam de “substância traiçoeira”.
Autoridades recomendam que consumidores fiquem atentos a embalagens suspeitas (como lacres tortos ou rótulos mal impressos), desconfiem de preços muito baixos e sempre exijam nota fiscal.
A Abrasel, entidade que representa bares e restaurantes, orienta que garrafas vazias sejam inutilizadas para evitar que falsificadores as reutilizem.
Autoridades orientam a população a:
- Desconfiar de preços muito baixos;
- Comprar apenas em locais conhecidos;
- Verificar se as garrafas têm lacre e selo fiscal.
Em caso de sintomas, a recomendação é procurar atendimento médico imediato e informar a origem da bebida para ajudar na investigação.
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