Polícia Científica identifica vítima carbonizada em caminhonete por meio de exame de DNA

Por Redação, com Assessoria 06/10/2025 15h03
Por Redação, com Assessoria 06/10/2025 15h03
Polícia Científica identifica vítima carbonizada em caminhonete por meio de exame de DNA
Caminhonete carbonizada - Foto: Cortesia

Um trabalho minucioso e integrado entre o Laboratório de Genética Forense e os Institutos de Medicina Legal (IML) de Maceió e Arapiraca permitiu a identificação de mais um cadáver carbonizado. A Polícia Científica divulgou nesta segunda-feira (06) que o corpo encontrado na carroceria de uma caminhonete incendiada, em Marechal Deodoro, é de Rubens Lima Barreto.

As investigações tiveram início em 28 de julho de 2025, quando o veículo de Barreto, com seu corpo dentro, foi descoberto em um canavial às margens da rodovia BR-424, no polo industrial de Marechal Deodoro. O cenário era de tal brutalidade que a identificação imediata era impossível, exigindo a expertise e a precisão dos exames genéticos de alta complexidade.

A análise genética foi feita pelo perito criminal Clisney Omena, no Laboratório de Genética Forense da Polícia Científica de Alagoas. Ele explicou que no exame de necropsia foram coletados 1 (um) fragmento de fêmur e 5 (cinco) elementos dentários do cadáver carbonizado.

No laboratório, Omena fez a seleção da amostra a ser analisada. Após a incubação de duas unidades dentárias, pelo método orgânico, ele extraiu o DNA, fez a quantificação, amplificação e o processo de eletroforese da amostra, o que permitiu a obtenção do perfil genético completo de um indivíduo do sexo masculino, viável para confronto.

Em outra frente, a equipe do IML de Arapiraca coletou em um cartão FTA (papel de filtro quimicamente tratado) a amostra da mucosa oral de uma suposta filha da vítima. O perito explicou que a metodologia utilizada nesse tipo de amostragem é outra, mais rápida, e conta apenas com as etapas de amplificação e eletroforese, o que possibilitou a obtenção do perfil genético e a análise de vínculo genético entre os dois.

“Realizei os cálculos estatísticos considerando duas hipóteses: a primeira, de que a jovem seja filha biológica do cadáver não identificado; e a segunda, de que ela seja filha biológica de um homem qualquer, escolhido aleatoriamente na população brasileira. O exame concluiu que é 9.889.203.162 (nove bilhões, oitocentos e oitenta e nove milhões, duzentos e três mil, cento e sessenta e duas) vezes mais provável que ela seja filha biológica do cadáver analisado do que de outro homem qualquer da população”, explicou o perito.

Os laudos periciais de comparação genética, confirmando a identidade de Rubens Lima Barreto, foram prontamente encaminhados aos IMLs, que, por sua vez, comunicaram o resultado aos familiares. Essa confirmação não apenas encerra um capítulo de incertezas, mas também possibilita a liberação dos restos mortais para um digno sepultamento, permitindo que a família inicie seu processo de luto.

O resultado da identificação foi disponibilizado via sistema Forensis para o 10º Seguimento da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), que lidera as investigações do caso. A Polícia Civil prendeu três pessoas supostamente envolvidas no brutal homicídio.