Jane França apresenta 'Conjure': uma viagem pelo sobrenatural e simbólico

Com uma temática ousada e voltada ao sobrenatural, a artista plástica Jane França levará, a partir das 18h do dia 16 de agosto, sábado, à Tenda Cultura da Praça Luíz Pereira Lima, no Centro de Arapiraca, a exposição “Conjure”, uma série de pinturas que explora o Folk Horror a partir de uma estética surrealista e simbólica.
De acordo com a artista, o título da sua exposição evoca o ato de “Conjurar”, no sentido ancestral e espiritual do “hoodoo”, sistema de práticas espirituais afro-americanas, desenvolvidas no sul dos Estados Unidos, que envolve feitiços, rituais e o uso de ervas, raízes e outros objetos para atrair boa sorte, proteção e cura.
A exposição contará com nove painéis, apresentados ao ar livre e com inspiração na intervenção francesa “La Vache Bleue”.
Para a produção das suas telas, Jane França utiliza a técnica de “pintura a óleo”, que faz uso de pigmentos misturados com óleos secantes, combinação que resulta em uma tinta de secagem relativamente lenta, o que permite com que a artista trabalhe com mais calma, fazendo correções, sobreposições e criando transições suaves entre as cores. Essa é uma arte popularizada no Renascimento, com mestres como Leonardo da Vinci e Rembrandt.
Cada uma das suas pinturas evoca o estímulo do questionamento, a introspecção e o contato com verdades simbólicas e invisíveis, como se as imagens fossem encantamentos visuais destinados à abertura dos caminhos entre mundos.
Na oportunidade, o público poderá desfrutar das telas “Crianças, Crianças”; “Primeira Essência”; “Necropsia Espiritual”; “Ato I”; “Ato II – Belladonna dos Meus Sonhos”; “Pacto de Amizade”; “VII”; “Casa dos Velhos”; e “Jornada de Si Mesmo”.
"‘Conjure’ é um convite ao invisível, ao simbólico e ao que existe além do que os olhos podem ver. Cada obra desta exposição nasceu do meu desejo de explorar o folk horror de uma forma íntima e espiritual, evocando práticas ancestrais e a força dos rituais de proteção e cura. Trabalhar com a pintura a óleo me permitiu criar transições suaves e uma profundidade que dialoga com essa temática sobrenatural, como se cada tela fosse um encantamento visual. Cada uma dessas nove pinturas nasceu de um mergulho profundo em temas do folk horror e do sobrenatural, mas sempre com um olhar simbólico e surreal. Usei a pintura a óleo porque ela me permite trabalhar com calma, criar camadas, sobreposições e transições suaves, o que dá uma sensação de movimento e profundidade, quase como se cada obra tivesse vida própria”, apontou a artista.
Serviço:
Exposição Conjure
Quando: 16 de agosto, sábado;
Horário: a partir das 18h;
Onde: Tenda Cultural da Praça Luiz Pereira Lima.
CONTEXTO DA EXPOSIÇÃO
A exposição se desenvolve em três atos que simbolizam ciclos de reinício, transformação e contínua metamorfose. Essa estrutura representa a jornada da protagonista em direção a um ritual, não como um ponto final, mas como um processo em constante movimento. O ritual, aqui, é compreendido como a união entre intenção e ação, forças que moldam a realidade e nos impulsionam a atravessar os desafios da vida.
Guiada por elementos mágicos e ritualísticos, a personagem principal busca transformação. Mas não uma mudança pontual. Trata-se de um processo cíclico, em que os sacrifícios impostos pela vida se tornam portais para uma renovação constante. Por isso, a narrativa da exposição não se encerra. Ela continua, assim como os desafios e renascimentos que atravessamos todos os dias.
A estética da exposição transita entre o terror, o fogo, o horror e um surrealismo sombrio. Essa vertente, que acabou se revelando como a linguagem mais honesta do meu processo criativo.
A ideia central surgiu de uma inquietação: a vontade de romper com a lógica tradicional das galerias. Ao construir essa exposição em conjunto com as meninas da equipe de produção, lapidamos o desejo de experimentar novas possibilidades. Não basta retirar a obra da galeria se continuamos a replicar a mesma estrutura elitista em outros espaços.
Por isso, esta é também uma intervenção urbana. Uma tentativa de aproximar a arte do cotidiano, de pessoas que não frequentam necessariamente espaços expositivos formais. É um convite ao encontro espontâneo com a arte, ao acaso do olhar, à experiência sensível de quem simplesmente passa por ali.
A exposição propõe ainda um momento de pintura livre, aberto a todas as pessoas. Um espaço para experimentar a própria expressão artística, mesmo que, a princípio, alguém diga que “não sabe fazer arte”. Muitas vezes, o que falta não é habilidade, mas permissão.
Este trabalho fala sobre transformação, mas também sobre libertação: das formas, dos espaços e das certezas. E, acima de tudo, sobre a coragem de seguir em frente.
SOBRE A ARTISTA
Jane Cleide Ferreira de França é artista visual e produtora cultural, com 28 anos e uma trajetória marcada pela exploração de temas como a percepção do tempo, dualidade humana e o mundo dos sonhos. Sua prática artística é influenciada pelo dark surrealismo, folk horror, estética 70's terror, expressionismo, cinema surrealista, psicologia e filosofia existencialista.
Com uma abordagem provocativa e subjetiva, suas obras buscam estimular diálogos sobre a complexidade humana e reflexões sobre a trajetória individual e coletiva. Jane foi coordenadora da Mídia Poética (2020-2022), supervisora de eventos na Editora Fillart (2021-2023) e gestora de eventos no Oxe Espaço Cultural (2022).
Atuou como produtora cultural na Flor de Mulungu Produtora Cultural (2023 - 2014), além de ter participado de diversas exposições individuais e coletivas, como Doces Sonhos, Sonhos Nebulosos e Os Novos Contos de Fadas, e eventos culturais como o Festival de Arte Carranca e o Festival de Arte Sansara. Sua produção inclui pintura em acrílico, animação 2D, ilustração manual e digital, e poesia.
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