O jogador de futebol português Diogo Jota provavelmente estava em alta velocidade quando seu carro saiu da estrada na Espanha, informou a polícia espanhola nesta terça-feira (8). O acidente, que matou o atacante do Liverpool e da seleção de Portugal e seu irmão, André Silva, chocou o mundo na semana passada.

"Tudo indica uma possível velocidade excessiva acima do limite permitido na via", afirmou a Guarda Civil da Espanha com base em uma investigação ainda em andamento. Entre os fatores analisados foram as marcas deixadas na pista por uma das rodas do veículo, de acordo com a pasta.

O excesso de velocidade já era uma suspeita da Guarda Civil, que também investiga um possível mau estado de conservação da estrada como provável causa do acidente. O pneu da Lamborghini que Jota e seu irmão estavam estourou durante uma ultrapassagem, e é possível que o acidente tenha sido uma combinação desses fatores, segundo a polícia espanhola.

A velocidade máxima permitida na via é de 120 quilômetros por hora. A Guarda Civil espanhola disse também nesta terça que Diogo Jota era o condutor do veículo no momento do acidente, quando saiu da pista e pegou fogo. Eles trafegavam em uma rodovia federal em Zamora, no noroeste da Espanha, na madrugada da última quinta-feira (3), e morreram queimados.

Moradores locais relataram má conservação no trecho onde houve o acidente. Uma espanhola relatou ao g1 que sofreu um acidente similar em 2022, quando o pneu de seu carro também estourou quando ela trafegava no mesmo local.

Acidente

Diogo Jota tinha 28 anos e o irmão, 26. Eles viajavam de carro de Portugal ao Reino Unido por conta de uma recomendação médica após cirurgia pulmonar que Jota havia feito dias antes.

"Um veículo saiu da pista pela calçada pela esquerda. A investigação aponta para um acidente de trânsito devido ao estouro de um pneu durante uma ultrapassagem. Como consequência do acidente, o carro se incendiou, e ambos os ocupantes morreram", disse a Guarda Civil.

Os irmãos foram enterrados em funeral no último final de semana, que teve presença de autoridades portuguesas e jogadores de futebol do Liverpool e da seleção de Portugal.

O jogador havia se casado 11 dias antes de sua morte. Segundo um comentarista do canal de notícias português CMTV, horas antes de iniciar a viagem, Diogo teve seu último almoço em família — ao lado da mulher, Rute, e dos três filhos.

Já o irmão dele, André, defendeu o Penafiel em 32 partidas na última temporada da segunda divisão portuguesa. Ele conciliava estudos com treinos e tinha acabado de se formar em Gestão.

Seus corpos ficaram carbonizados, e foram identificados por meio de documentos presentes na cena do acidente e posteriormente por exames de DNA em um necrotério na região.

O governo local de Zamora disse que as chamas geradas pelo incêndio no carro dos jogadores chegaram a se propagar pela vegetação local, mas foram controladas por bombeiros que se deslocaram para socorrer as vítimas.

Pelas redes sociais, usuários afirmaram que a Lamborghini em que os jogadores estavam era alugada, mas autoridades e parentes também não haviam confirmado a informação até a última atualização desta reportagem.

Horas após o acidente, fãs do Liverpool começaram a se reunir em frente ao estádio de Anfield, do time inglês, para deixar flores e outras homenagens ao jogador. Também havia faixas no local com a inscrição "Descanse em paz, Jota. YNWA", em referência ao famoso lema da torcida, acrônimo para "Você nunca andará sozinho", em português.