Agora é oficial: o ministro dos Transportes, Renan Filho (MDB), deixará o cargo no governo Lula em abril de 2026 para disputar novamente o Governo de Alagoas. O anúncio foi feito ontem, segunda-feira, 07, durante a solenidade de lançamento das obras do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT) em Arapiraca, no Agreste alagoano.

A confirmação movimenta o tabuleiro eleitoral alagoano e impõe novos desafios ao projeto político do prefeito de Maceió, João Henrique Caldas, o JHC (PL).

Durante entrevista coletiva no evento, Renan Filho afirmou: “Estou pronto para voltar e continuar transformando nosso estado. Alagoas avançou muito nos últimos anos, mas ainda temos muito a fazer. Se for da vontade do povo alagoano e do nosso grupo político, estarei na disputa pelo governo em 2026.” Ele também ressaltou o apoio político que tem recebido de figuras estratégicas: “O senador Renan, que é presidente de nosso partido, e o governador têm registrado, sempre que podem, o meu nome. Eu senti o calor das pessoas”, disse.

A decisão de deixar o ministério cumpre o prazo de desincompatibilização exigido pela legislação eleitoral para quem ocupa cargos no Executivo federal. Com isso, Renan Filho viabiliza oficialmente sua candidatura, e já inicia a pré-campanha com vantagem estrutural, alto índice de aprovação de sua gestão anterior e o apoio declarado do presidente Lula.

A entrada de Renan na disputa representa um xeque-mate estratégico. Com forte aprovação eleitoral após dois mandatos consecutivos à frente do Executivo estadual, ele volta ao cenário local com apoio consolidado da Assembleia Legislativa, base política interiorizada e a estrutura da máquina pública estadual a seu favor.

Já JHC, considerado um fenômeno político na Região Metropolitana de Maceió, vinha articulando sua pré-candidatura ao governo, mas a presença de Renan Filho na corrida pode forçá-lo a reavaliar seus planos. Embora tenha capital político crescente, o prefeito agora enfrenta o risco de um embate direto com um adversário experiente, popular no interior e com alianças amplas.

Nos bastidores, aliados cogitam uma candidatura de JHC ao Senado ou à Câmara dos Deputados como alternativa de menor risco. Essa opção abriria caminho para que ele mantenha sua visibilidade e influência, aguardando 2030 para uma nova tentativa de chegar ao Palácio República dos Palmares.