Justiça manda soltar mulher que chamou homem de 'bicha nojenta' em shopping de luxo em SP

A Justiça de São Paulo concedeu liberdade provisória a uma jornalista presa em flagrante por fazer xingamentos homofóbicos contra um homem em uma cafeteria de um shopping na Zona Oeste da capital. Ela também está proibida de frequentar o shopping.
A audiência de custódia da mulher de 61 anos foi realizada no domingo (15). Segundo o Tribunal de Justiça, ela terá que seguir as seguintes medidas cautelares:
- comparecimento mensal em Juízo para informar e justificar suas atividades, bem como eventual atualização de endereço;
- obrigação de manter o endereço atualizado junto à Vara competente (informando imediatamente eventual alteração);
- proibição de frequentar o shopping em que ocorreram os fatos e onde trabalha a vítima;
- proibição de ausentar-se da Comarca de residência por mais de oito dias sem prévia comunicação ao Juízo, sob pena de revogação do benefício e imediato recolhimento à prisão.
Imagens mostram a jornalista falando "bicha nojenta" para um homem de 39 anos que estava sentado na mesa ao lado.
As ofensas foram gravadas por mais de uma câmera de celular. O caso foi registrado como injúria no 14° DP, em Pinheiros. A jornalista também chegou a chamar o homem de "assassino". Ele, por sua vez, chamou ela de "imbecil" na discussão.
Os vídeos não mostram como o embate começou, mas mostram a agressora nervosa e xingando o homem. Ele não aparece nas imagens, mas também reage em tom elevado.
A mulher afirmou à TV Globo que o homem e seus amigos estavam rindo dela. Ela também disse que se arrependeu das ofensas.
Segundo a jornalista, ela estava ao telefone quando o homem e outras pessoas que o acompanhavam mandaram que ela falasse baixo e calasse a boca. Ela alegou ainda que foi vítima de etarismo.
"Eu estava ao telefone, eu vou ser operada no dia 27 do joelho, vou colocar uma prótese [...]. Estou muito ansiosa, muito nervosa, comecei a chorar ao telefone. E esse grupo que estava ao lado começou a rir. Quando eles começaram a rir, eu desliguei o telefone, levantei o braço e pedi a conta. Falei 'por favor, traz a conta, eu quero ir embora'", disse.
"Eles estavam rindo de mim, falaram que eu tinha que ser anestesiada [...] Aí, ele se manifestou, disse 'fala baixo', 'cala a boca'. [...]. Houve aquela confusão na hora, eu chamei ele de 'boiola'. Xinguei mesmo. Ele já tinha me xingado de 'velha'. [...] Sim, me arrependo", completou.
Já o homem afirmou que a jornalista estava em uma mesa próxima, falando alto. Ele disse que pediu a ela para que tivesse mais calma na hora de falar com a atendente da cafeteria. Foi então que as agressões diretas e homofóbicas começaram, segundo ele.
"A gente estava tomando um café. Era por volta de 15h30. Uma senhora sentada na mesa do lado começou a pedir pela conta, descontrolada, falando bem alto 'eu quero minha conta', 'eu quero ir embora', 'eu quero minha conta', 'eu quero ir embora'. Ela pedindo insistentemente, falando bem alto [...] A moça fez um sinal de que já iria. Daí intervi, falei 'calma, ela já virá, já deu o sinal'. Então, ela se descontrolou, começou a me atacar diretamente", disse.
Uma testemunha que estava sentada em uma mesa próxima, presenciou a discussão e confirmou a versão do homem.
"Ouvi a mulher gritar com a funcionária do café, pedindo a conta, falando que queria ir ao banheiro, gritando. Aí a vítima pediu para a senhora se acalmar, disse 'se acalma, ela já vai vir', e aí ela começou a falar um monte, ofender ele de todos os jeitos, falar 'pobre', 'bicha', todas as palavras de baixo calão possíveis... 'bicha nojenta', 'pobre', 'você não deveria estar aqui'", afirmou.
"Ele começou a ficar nervoso, mas conseguiram retirar ele para que se acalmasse. Ele foi para outro lugar e ela continuou a ofender. Foi uma situação horrível. Chamou ele de 'assassino' do nada. Foi uma situação muito horrível", completou.
Em nota, o shopping lamentou o ocorrido e reforçou seu respeito à diversidade.
"O shopping lamenta a ocorrência entre os dois clientes em uma das suas operações, esclarece que prestou todo o apoio necessário e segue à disposição das autoridades competentes."
"O empreendimento reforça que o respeito à diversidade — em todas as suas formas — é um valor inegociável e repudia qualquer ato de discriminação e intolerância."
O que diz a Secretaria da Segurança Pública
"Uma mulher de 61 anos foi presa em flagrante na tarde de sábado (14), em um shopping na Avenida Brigadeiro Faria Lima, zona sul da capital. Policiais militares foram acionados para atender a ocorrência e, no local, constataram que a mulher havia proferido ofensas homofóbicas a um homem, de 39 anos."
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