'Pênis com asas' enviado ao chefe do Itamaraty pode custar indicação de diplomata brasileiro para Guiné-Bissau

Por Redação com Agências 27/03/2025 09h09 - Atualizado em 27/03/2025 11h11
Por Redação com Agências 27/03/2025 09h09 Atualizado em 27/03/2025 11h11
'Pênis com asas' enviado ao chefe do Itamaraty pode custar indicação de diplomata brasileiro para Guiné-Bissau
Pablo Cardoso pode perder o cargo de embaixador do Brasil em Guiné-Bissau - Foto: Assessoria

Um episódio envolvendo o envio de um desenho em quatro cores de um “pênis com asas” conhecido no nordeste como 'cárai de asa' ao chefe da Divisão de Saúde e Segurança do Servidor do Itamaraty, Cristiano Ebner, virou caso de polícia e pode afetar a nomeação do diplomata Pablo Cardoso para comandar a Embaixada do Brasil em Guiné-Bissau.

Na semana passada, Cardoso, atual ministro-conselheiro na Missão do Brasil junto à Comunidade dos Países de Língua Portuguesa em Lisboa, havia recebido o agrément do governo africano para assumir o posto. No entanto, a nomeação oficial ainda não havia sido formalizada pelo governo brasileiro e, com o incidente, a indicação de Cardoso para a embaixada pode ser revista.

De acordo com informações publicadas na coluna de Lauro Jardim, no jornal O Globo, o desenho, enviado para Cristiano Ebner em junho de 2024, foi interpretado por Cristiano Ebner como uma ofensa e uma ameaça, levando-o a registrar o caso na Corregedoria do Ministério das Relações Exteriores (MRE).

A Polícia Federal investigou o caso que chegou até um amigo de Pablo Cardoso, em agosto do ano passado. Posteriormente, após apuração, arquivou o processo alegando não haver crime.

Ainda em agosto, Pablo Cardoso ligou para Cristiano Ebner, assumiu a autoria da carta, afirmou se tratar de uma brincadeira e pediu desculpas.

A situação gerou um grande desconforto no Itamaraty, com sindicatos tratando o episódio como possível assédio. Cristiano Ebner também entendeu o caso como assédio moral e manteve a denúncia do caso.

O incidente também gerou uma onda de questionamentos por parte da Comissão de Relações Exteriores do Senado, que entrou em contato com o Itamaraty para entender como o episódio poderia impactar a indicação de Cardoso. Há receios de que a oposição use o ocorrido para pressionar o governo e questionar a escolha do diplomata.

Além disso, com a indicação ainda não oficializada, existe a possibilidade de o governo revisar sua decisão e substituir o nome de Pablo Cardoso por outro diplomata para a missão em Guiné-Bissau. A situação continua sendo acompanhada de perto por autoridades e parlamentares.