Sobrevivente do Holocausto e medalhista olímpica mais velha do mundo, Agnes Keleti morre aos 103 anos
A ginasta húngara Agnes Keleti, cinco vezes campeã olímpica, a mais velha medalhista de ouro olímpica viva do mundo e sobrevivente do Holocausto, morreu aos 103 anos nesta quinta-feira (2), informou o Comitê Olímpico Húngaro (HOC).
Agnes morreu em um hospital de Budapeste, na Hungria, informou a agência estatal de notícias da húngara. Ela estava hospitalizada em estado crítico com pneumonia desde 25 de dezembro.
Nascida como Agnes Klein em Budapeste, em 9 de janeiro de 1921, Keleti ingressou na Associação Nacional de Ginástica em 1938 e conquistou seu primeiro campeonato húngaro em 1940, apenas para ser banida de todas as atividades esportivas naquele ano devido à sua origem judaica.
"Agnes Keleti é a maior ginasta produzida pela Hungria, mas cuja vida e carreira estiveram entrelaçadas com a política de seu país e sua religião", afirmou o Comitê Olímpico Internacional em um perfil em seu site.
O HOC informou que Keleti escapou da deportação para os campos de extermínio nazistas, onde centenas de milhares de judeus húngaros foram assassinados, escondendo-se em uma vila ao sul de Budapeste com documentos falsos. Seu pai e vários parentes morreram no campo de concentração de Auschwitz.
Ela conquistou sua primeira medalha de ouro nos Jogos de Helsinque, em 1952, aos 31 anos, uma idade em que a maioria das ginastas já havia se aposentado, disse o HOC.
Keleti alcançou o auge de sua carreira em Melbourne, em 1956, onde ganhou quatro medalhas de ouro e se tornou a ginasta mais velha a conquistar um ouro, segundo o HOC. Um ano depois, Keleti estabeleceu-se em Israel, onde se casou e teve dois filhos.
Com 10 medalhas olímpicas, incluindo cinco de ouro, Keleti é a segunda atleta húngara mais bem-sucedida de todos os tempos, de acordo com o HOC. Ela também recebeu múltiplas condecorações do Estado húngaro.