Casas Bahia entra com pedido de recuperação extrajudicial na Justiça
As coisas não estão nada boas para o varejo brasileiro. Depois das Lojas Americanas abrirem pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023, chegou a vez das Casas Bahia também fazerem o mesmo, declarando uma dívida de R$ 4,1 bilhões.
Mesmo sendo uma das marcas mais fortes do país no ramo de lojas físicas e de comércio eletrônico, as Casas Bahia, marca pertencente ao grupo ViaVarejo, declararam nesta segunda (29), um pedido de recuperação extrajudicial para renegociação de R$ 4,1 bilhões em dívidas.
Segundo o G1, o principal contexto da renegociação abrange um prolongamento no parcelamento da dívida, com a empresa se comprometendo com a liquidação em em um período de até 72 meses (6 anos), e uma renegociação dos juros pagos, que passarão a ser equivalentes ao CDI (uma taxa comum do mercado financeiro, que acompanha a variação da Selic, taxa básica de juros), mais uma taxa que pode variar de 1% a 1,5% ao ano.
O acordo também prevê um período de carência de 24 meses para começar a pagar os valores dos juros referentes à dívida, e de 30 meses para início do pagamento do montante principal.
Antes da renegociação, a dívida deveria ser paga em um período de 22 meses (quase dois anos) e tinha uma taxa de juros 1,5 ponto percentual maior que as novas taxas acordadas, segundo comunicado divulgado pelo grupo.
O valor principal da dívida não será alterado, somente as condições para o pagamento com os principais credores.
Os credores das dívidas financeiras da Casas Bahia também terão a possibilidade de converter parte dos créditos que têm com a empresa em ações.
Em agosto do ano passado, o grupo anunciou um plano de reestruturação, que além da renegociação das dívidas, também prevê o fechamento de até 100 lojas ainda em 2023 e a demissão de mais de 6 mil funcionários.
A marca também busca a redução de até R$ 1 bilhão em estoques, levando os produtos que menos geram lucro para a empresa - principalmente os itens de menor preço - para o seu marketplace, deixando as lojas físicas apenas com o que oferece maior lucratividade para a companhia.
Segundo a empresa, a recuperação extrajudicial "tem escopo limitado e não impactará as demais dívidas da companhia, inclusive operacionais com fornecedores e parceiros, as quais continuarão sendo honradas regular e tempestivamente nos seus respectivos vencimentos, sem qualquer interrupção ou descontinuidade".
Em nota, o presidente da Casas Bahia, Renato Franklin, afirmou que ele e a empresa continuarão "focados nas alavancas operacionais, melhorando nossa eficiência e produtividade. Manteremos o foco na rentabilidade e fluxo de caixa com elevada disciplina do capital empregado".