Ministério Público pede exclusão de militares envolvidos em tortura e morte de homem em Maceió

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) moveu uma ação de improbidade administrativa para requerer a condenação de três policiais militares do Batalhão de Policiamento do Trânsito (BPTran), acusados da prática de tortura seguida de morte. O crime foi praticado contra João Vitor da Silva, no dia 9 de abril de 2019.
A ação foi movida pela promotora de Justiça Karla Padilha, que pede a perda das funções públicas e suspensão dos direitos políticos, além do pagamento de multa civil e de danos morais coletivos. Ela também requisitou que casos similares e quaisquer outros tipos de delitos considerados graves, praticados por agentes da Segurança Pública, sejam encaminhados à 62ª Promotoria de Justiça da Capital.
“Os militares devem ser responsabilizados na esfera penal: estão envolvidos em caso de sequestro, tortura seguida de morte, ocultação de cadáver e fraude processual e se utilizaram da autoridade decorrente do uso exclusivo da força e do aparato estatal para fins ilícitos, imorais e, porque não dizer, desumanos. Entretanto, a gravidade dos atos ilícitos a eles imputados reclama responsabilização também na esfera civil, ensejando a incidência das penalidades previstas no art. 12 da Lei de Improbidade Administrativa”, explicou a promotora.
Vale ressaltar que os militares já constam como corréus em processo que tramita perante a 6ª Vara Criminal da Capital, com atuação da 54ª Promotoria de Justiça da Capital. Na ação interposta ontem (24.03), distribuída para a 31a Vara Cível da Capital, Padilha pede também a condenação dos réus à perda da função pública, ao pagamento de multa civil no valor de até 100 (cem) vezes a remuneração percebida por cada agente no mês que o ato ímprobo foi praticado, a suspensão dos direitos políticos pelo período de 04 (quatro) anos e o pagamento de danos morais coletivos em valor não inferior a 12 (doze) vezes o quantum percebido pelos mesmos agentes no mês da prática dos atos ímprobos.
Para robustecer a ação, a titular da 62ª Promotoria de Justiça da Capital relata que “no caso em análise, a vítima foi sequestrada e passou quase 06 (seis) horas à disposição dos agentes militares que o levaram a um terreno inóspito, esmagando as paredes dos seus vasos sanguíneos por meio de murros, pontapés ou com o uso de outros instrumentos de ação contundente que provocaram equimoses, além do arrancamento da epiderme e o desnudamento da derme, causando sérias escoriações. O exame perinecroscópico realizado pela Perícia Oficial constatou múltiplas equimoses, escoriações e ferimentos contusos decorrentes da violação da tornozeleira eletrônica na tentativa espúria dos demandados de impedir que restasse localizado o cadáver de João Vitor da Silva As agressões produzidas pelos acusados no corpo de João Vitor, de tão violentas, provocaram hemorragia interna aguda, levando a vítima a óbito”.
O caso
Os policiais militares Adilton Silva da Paz, Leonardo Wagner Gomes de Souza e Jonas da Silva Tenório Lins teriam abordado a vítima João Vitor da Silva no dia 9 de abril de 2019, no bairro do Prado. Aos familiares, a guarnição do BPTran informou ter levado a vítima até a Central de Flagrante.
Horas depois, a família de João Victor foi surpreendida, com a informação que o corpo do rapaz estava "desovado” em terreno situado por trás da Braskem.
De acordo com dados do GPS e do radiocomunicador HT, instalado na viatura, foi possível constatar que a viatura percorreu o local onde o corpo foi deixado. "tornando contraditórios os depoimentos dos corréus. Como se não bastasse, ainda praticaram fraude processual, inovando artificiosamente o estado extrínseco da viatura utilizada por meio da lavagem e da devolução desta à locadora”, ressaltou a promotora.
Últimas Notícias

Famílias em situação de vulnerabilidade são assistidas pela Defesa Civil

Papa Francisco autoriza beatificação do padre Nazareno Lanciotti, morto há 24 anos

Homem morre afogado na Praia da Pajuçara, em Maceió; assista

Advogado preso por agressão contra a mulher deixa hospital e retorna ao presídio; PM da Bahia nega que ele tenha sido policial

Agentes do Ronda no Bairro localizam familiares de criança que estava perdida na orla
Vídeos mais vistos

Morte em churrascaria de Arapiraca

Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano

Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca

Reinauguração Supermercado São Luiz
