Irmãs são internadas após comerem peixe e adquirirem a doença da urina preta

Por Redação 24/02/2021 10h10
Por Redação 24/02/2021 10h10
Irmãs são internadas após comerem peixe e adquirirem a doença da urina preta
Pryscila Andrade está internada na UTI em Recife - Foto: Reprodução/WhatsApp

Duas irmãs foram internadas em um hospital particular de Recife após o consumo de peixe. As irmãs adquiriram a "Sindrome de Haff, conhecida como doença da urina preta. Após a internação das irmãs, o governo de Pernambuco informou que investiga cinco casos dessa doença rara no estado.

Segundo informações da imprensa local, a empresária Flávia Andrade, 36 anos, e a irmã, a médica veterinária Pryscila Andrade, 31 anos, chegaram ao Hospital Português, no bairro do Paissandu, na área central da capital pernambucana, no dia 16 de fevereiro, mas o diagnóstico ocorreu no dia 20. Elas foram internadas após o almoço, em que consumiram um peixe arabaiana, conhecido como Olho de Boi. O alimento foi comprado no bairro do Pina, em Recife.

"Flávia fez um almoço na última quinta-feira e convidou eu e Pryscila. Além de nós, tinha o filho de Flávia, de 4 anos, e duas secretárias. Os cinco comeram o peixe, menos eu. Quatro horas depois, Pryscila enrijeceu toda, teve cãibra dos pés até a cabeça e não conseguia andar. Meu neto, de madrugada, teve dores abdominais e diarreia, e as duas secretárias sentiram dores nas costas", disse Betânia, mãe das vítimas.

Os principais sintomas da Síndrome de Haff são:falta de ar;dormência e perda de força em todo o corpo;urina cor de café.

"As minhas irmãs comeram esse peixe e ele está aparentemente associado a uma toxina que leva à Síndrome de Haff. Elas consumiram esse peixe e, quatro horas após, apresentaram os sintomas. É um período muito curto, é uma doença rara. A minha irmã [Pryscila] teve um quadro de dor muito grande, ficou rígida, caiu dura no chão", contou Aline.

"Flávia foi visitar Pryscila na UTI [Unidade de Terapia Intensiva] e escutou o médico conversando com outra pessoa sobre uma doença associada ao consumo de arabaiana. Ela interrompeu a conversa e contou que tinha comido, com a irmã, esse peixe. Foi quando ele diagnosticou a síndrome de Haff em Pryscila e encaminhou Flávia para fazer exames, sendo internada no quarto, pois ela não aceitou ir para a UTI", disse Betânia.

"Flávia está no apartamento, pois baixaram as taxas dela, como de leucócitos. Já as taxas de Pryscila continuam altas, pois ela comeu uma porção maior do peixe e está com o fígado comprometido, os rins paralisados e com água no pulmão", afirmou Betânia.

Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco (SES) informou que foi notificada, pelo Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) do Recife, de cinco casos de mialgia aguda, suspeitos para doença de Haff.

"Após a notificação, a SES orientou sobre a investigação epidemiológica de todos aqueles que consumiram o alimento, assim como a coleta do referido insumo para encaminhamento ao Laboratório Central de Saúde Pública de Pernambuco (Lacen-PE) para que sejam providenciadas as análises laboratoriais. A doença de Haff é caracterizada pela presença de toxina biológica presente em pescados".

Segundo o secretário de Saúde, o Estado de Pernambuco registrou entre 2017 e 2021, 15 casos da doença, sendo dez confirmados (quatro em 2017 e seis em 2020) e cinco em investigação (em 2021).