Comunidade gamer nega relação dos jogos com atentados à escola em Suzano
Com a repercussão dos assassinatos ocorridos nessa quarta-feira (13), na cidade de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, debates sobre a influência dos jogos no comportamento agressivo dos jovens tomaram conta da mídia ao longo das últimas horas. Em protesto contra a ligação, gamers do país subiram nas redes sociais as hashtags #SomosGamersNãoAssassinos #ACulpaNãoÉDosJogos.
Ambos os atiradores, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, fizeram pelo menos sete vítimas no atentado à Escola Estadual Raul Brasil e, por meio de uma investigação, foi-se descoberto que ambos os jovens eram jogadores de Fortinite, um conhecido jogo de atiradores.
Não tardou para debates acerca da influência dos jogos no comportamento dos jovens tomarem força na mídia, gerando controvérsias no mundo dos jogos.
A alagoana Yasmin Ribeiro, 25, jogadora há três anos e estudante, diz não concordar com a relação estabelecida, indicando, inclusive, haver jogos mais violentos. "Não acredito que há uma relação com os jogos. Jogo outros games mais violentos, onde não há censura. O Fortinite, para quem conhece, sabe que é um jogo bem mais leve."
Negando a possível relação do jogo com o caso, Yasmin reforça "Não é o game em si que proporciona isso, nunca uma forma de entretenimento poderia proporcionar algo do gênero", reforçou.
Todavia, não são todos os jogadores que descartam a possibilidade. Vitor Menezes, 26, gamer há 20 anos, ressalta a importância da intervenção familiar. "Concordo [em dizer] que se a única educação que a criança obtiver seja de jogos, o comportamento violento pode ser oriundo daí. A criança deve ser supervisionada, e cuidada", disse.
Apesar disso, Vitor não concorda em apontar a jogatina como fator definitivo. "Eu acredito que pode influenciar sim, mas isso decorre de uma fragilidade psicológica, alguém que pode ser influenciado por games poderia ser influenciado por qualquer outro fato externo. A culpa não é dos jogos, mas sim das pessoas", constatou.
O que dizem os psicólogos
À Gazetaweb, a psicóloga Bruna Tibúrcio explicou que, no caso dos dois assassinos de Suzano, não é possível afirmar que o game pode ter influenciado. "O assunto é muito complexo, mas uma coisa que eu foco muito é a idade. Eles não eram mais crianças, não estavam num processo de construção de personalidade. Agora, quanto à crianças, em média na faixa de 4 a 7 anos, jogos violentos podem influenciar, só não é o fator motivador nem o principal influenciador. Cada pessoa tem o seu motivo e, mesmo que fossem dois jovens jogando o mesmo game, as motivações seriam diferentes", esclarece.
Sobre o que pode ter causado o ataque à escola Raul Brasil, a profissional aponta algumas situações que podem ter estimulado os dois jovens. "Existem várias hipóteses. É possível que eles tenham passado por episódios traumáticos e isso tenha influenciado, mas são diversos fatores. A falta de qualidade de vida, o estresse cotidiano, a sociedade que incentiva o bullying e vários tipos de violência, situações vividas anteriormente, o cenário político do País, incentivo à armamento, um conjunto de coisas".
E se você identificar um comportamento agressivo? "Oriento acompanhamento terapêutico e psicológico, sugiro que os pais/cuidadores acompanhem o processo de desenvolvimento da criança na escola, nos vínculos sociais e afetivos e incentivo à prática de esporte e acesso à cultura. Não existe receita de bolo perfeita, mas são peças chaves para um desenvolvimento saudável e qualidade de vida da criança e adolescente", finaliza.
Ambos os atiradores, Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos, fizeram pelo menos sete vítimas no atentado à Escola Estadual Raul Brasil e, por meio de uma investigação, foi-se descoberto que ambos os jovens eram jogadores de Fortinite, um conhecido jogo de atiradores.
Não tardou para debates acerca da influência dos jogos no comportamento dos jovens tomarem força na mídia, gerando controvérsias no mundo dos jogos.
A alagoana Yasmin Ribeiro, 25, jogadora há três anos e estudante, diz não concordar com a relação estabelecida, indicando, inclusive, haver jogos mais violentos. "Não acredito que há uma relação com os jogos. Jogo outros games mais violentos, onde não há censura. O Fortinite, para quem conhece, sabe que é um jogo bem mais leve."
Negando a possível relação do jogo com o caso, Yasmin reforça "Não é o game em si que proporciona isso, nunca uma forma de entretenimento poderia proporcionar algo do gênero", reforçou.
Todavia, não são todos os jogadores que descartam a possibilidade. Vitor Menezes, 26, gamer há 20 anos, ressalta a importância da intervenção familiar. "Concordo [em dizer] que se a única educação que a criança obtiver seja de jogos, o comportamento violento pode ser oriundo daí. A criança deve ser supervisionada, e cuidada", disse.
Apesar disso, Vitor não concorda em apontar a jogatina como fator definitivo. "Eu acredito que pode influenciar sim, mas isso decorre de uma fragilidade psicológica, alguém que pode ser influenciado por games poderia ser influenciado por qualquer outro fato externo. A culpa não é dos jogos, mas sim das pessoas", constatou.
O que dizem os psicólogos
À Gazetaweb, a psicóloga Bruna Tibúrcio explicou que, no caso dos dois assassinos de Suzano, não é possível afirmar que o game pode ter influenciado. "O assunto é muito complexo, mas uma coisa que eu foco muito é a idade. Eles não eram mais crianças, não estavam num processo de construção de personalidade. Agora, quanto à crianças, em média na faixa de 4 a 7 anos, jogos violentos podem influenciar, só não é o fator motivador nem o principal influenciador. Cada pessoa tem o seu motivo e, mesmo que fossem dois jovens jogando o mesmo game, as motivações seriam diferentes", esclarece.
Sobre o que pode ter causado o ataque à escola Raul Brasil, a profissional aponta algumas situações que podem ter estimulado os dois jovens. "Existem várias hipóteses. É possível que eles tenham passado por episódios traumáticos e isso tenha influenciado, mas são diversos fatores. A falta de qualidade de vida, o estresse cotidiano, a sociedade que incentiva o bullying e vários tipos de violência, situações vividas anteriormente, o cenário político do País, incentivo à armamento, um conjunto de coisas".
E se você identificar um comportamento agressivo? "Oriento acompanhamento terapêutico e psicológico, sugiro que os pais/cuidadores acompanhem o processo de desenvolvimento da criança na escola, nos vínculos sociais e afetivos e incentivo à prática de esporte e acesso à cultura. Não existe receita de bolo perfeita, mas são peças chaves para um desenvolvimento saudável e qualidade de vida da criança e adolescente", finaliza.
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