PM gaúcha libera, e soldado será o 1º gay a casar de farda em 178 anos
Martins trabalha no policiamento ostensivo nas ruas de Uruguaiana, cidade na fronteira com a Argentina a 565 km da capital. Há uma década ele vestiu a farda comum pela primeira vez e no mesmo período assumiu para a família que era homossexual.
No início deste ano, Martins e o modelo Diego Souza, 21, ficaram noivos e decidiram morar juntos. O casamento está agendado para 23 de dezembro, possivelmente em uma cerimônia ao ar livre, para aproveitar o calor típico do verão fronteiriço.
"Decidimos lutar contra o preconceito. Ele não é diferente de ninguém. Tentaram prejudicar, mas o efeito foi justamente o contrário", comenta Souza. O rapaz se refere aos comentários homofóbicos recebidos desde que divulgaram nas suas redes sociais que estavam noivos. "Eu ia casar numa cerimônia simples, depois disso decidi lutar pelo meu direito", diz Martins.
As reações contrárias fizeram com que o chefe de Martins, o tenente-coronel Roberto Ortiz, 51, comandante do 1º BPAF (Batalhão de Patrulhamento de Áreas de Fronteira) encaminhasse a questão ainda mais rápido. Para ele, não há nada que impeça o soldado de usar o traje de gala.
"É uma prerrogativa da nossa profissão. Podemos usar todos os nossos uniformes, desde que respeitando as patentes", afirma Ortiz.
O oficial e o soldado receberam aval também do comandante geral da BM, o coronel Alfeu Freitas Moreira. "Quanto mais os policiais militares estiverem bem na vida particular, será melhor. A gente quer que tenham uma vida boa, tranquila", diz Moreira à Folha.
"O que nós combatemos é o PM fardado num bar de quinta categoria bebendo, na zona do meritrício. Daí, sim, é incompatível", afirma Moreira.
Ortiz é um dos convidados do casal. Outros dois militares serão padrinhos e todos colegas de BM deverão usar seus trajes de gala como forma de apoio. É uma tradição que policiais militares usem o uniforme de ocasiões especiais em seus casamentos e bailes oficiais.
Preconceito
Martins conta que sofre um preconceito "velado" de alguns colegas no dia a dia. Em 2009, quando trabalhava no município de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, sentiu certa rejeição.
"Todos tinham conhecimento da minha orientação sexual. Alguns não aceitavam e não tinham coragem para falar comigo. Não eram homens suficientes para falar na cara", conta o soldado. "Sou um policial honesto e correto. Tenho que ser ainda mais correto porque sempre tentam achar um erro meu para apontar", relata.
Na internet, porém, os ataques são frequentes e o casal estuda tomar ações jurídicas.
O comandante de Martins conta que o noivo participa das atividades que incluem as famílias dos policias. "Pra gente, é normal", garante o tenente-coronel. Nas ruas, o soldado diz que também é tratado com naturalidade.
"Na cidade, todo mundo sabe que eu sou gay. Nunca vi nada hostil da parte da comunidade. Quando faço abordagens, eu sou o soldado Martins", diz.
No início deste ano, Martins e o modelo Diego Souza, 21, ficaram noivos e decidiram morar juntos. O casamento está agendado para 23 de dezembro, possivelmente em uma cerimônia ao ar livre, para aproveitar o calor típico do verão fronteiriço.
"Decidimos lutar contra o preconceito. Ele não é diferente de ninguém. Tentaram prejudicar, mas o efeito foi justamente o contrário", comenta Souza. O rapaz se refere aos comentários homofóbicos recebidos desde que divulgaram nas suas redes sociais que estavam noivos. "Eu ia casar numa cerimônia simples, depois disso decidi lutar pelo meu direito", diz Martins.
As reações contrárias fizeram com que o chefe de Martins, o tenente-coronel Roberto Ortiz, 51, comandante do 1º BPAF (Batalhão de Patrulhamento de Áreas de Fronteira) encaminhasse a questão ainda mais rápido. Para ele, não há nada que impeça o soldado de usar o traje de gala.
"É uma prerrogativa da nossa profissão. Podemos usar todos os nossos uniformes, desde que respeitando as patentes", afirma Ortiz.
O oficial e o soldado receberam aval também do comandante geral da BM, o coronel Alfeu Freitas Moreira. "Quanto mais os policiais militares estiverem bem na vida particular, será melhor. A gente quer que tenham uma vida boa, tranquila", diz Moreira à Folha.
"O que nós combatemos é o PM fardado num bar de quinta categoria bebendo, na zona do meritrício. Daí, sim, é incompatível", afirma Moreira.
Ortiz é um dos convidados do casal. Outros dois militares serão padrinhos e todos colegas de BM deverão usar seus trajes de gala como forma de apoio. É uma tradição que policiais militares usem o uniforme de ocasiões especiais em seus casamentos e bailes oficiais.
Preconceito
Martins conta que sofre um preconceito "velado" de alguns colegas no dia a dia. Em 2009, quando trabalhava no município de Alvorada, na região metropolitana de Porto Alegre, sentiu certa rejeição.
"Todos tinham conhecimento da minha orientação sexual. Alguns não aceitavam e não tinham coragem para falar comigo. Não eram homens suficientes para falar na cara", conta o soldado. "Sou um policial honesto e correto. Tenho que ser ainda mais correto porque sempre tentam achar um erro meu para apontar", relata.
Na internet, porém, os ataques são frequentes e o casal estuda tomar ações jurídicas.
O comandante de Martins conta que o noivo participa das atividades que incluem as famílias dos policias. "Pra gente, é normal", garante o tenente-coronel. Nas ruas, o soldado diz que também é tratado com naturalidade.
"Na cidade, todo mundo sabe que eu sou gay. Nunca vi nada hostil da parte da comunidade. Quando faço abordagens, eu sou o soldado Martins", diz.
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