Uma defesa para a história

Por Redação com Fifa 18/06/2014 12h12
Por Redação com Fifa 18/06/2014 12h12
Uma defesa para a história
Foto: Divulgação
A bola foi alçada para a área. O cruzamento era perfeito. O camisa 10 brasileiro ficou suspenso no ar em um salto prodigioso e golpeou a bola de cabeça com violência em direção às redes. Para salvar essa tentativa, somente desafiando a lei da gravidade. Foi aí que, como um super-herói, apareceu um goleiro. Com um salto acrobático, ele defendeu o perigo com as mãos, em um lance que entrou para a história.

Essa descrição poderia ter sido utilizada por muitos para descrever aquela que, até hoje, é a maior defesa da história das Copas do Mundo, feita por Gordon Banks em uma tentativa de Pelé. Mas não foi o caso desta vez. A jogada em questão teve como protagonistas Neymar e o goleiro mexicano Guillermo Ochoa, que ainda praticou outras incríveis defesas para segurar o 0 a 0 diante dos anfitriões em Fortaleza.

"Uma reação instintiva"
Não é de se surpreender que o goleiro mexicano fosse só sorrisos após a partida. Afinal de contas, não é todos os dias que se entra para a história. Com simpatia e emoção, ele descreveu de forma muito vívida a sua milagrosa defesa ao FIFA.com, fazendo também uma análise da partida.

"Eu vinha seguindo a jogada, e quando vi que o Daniel Alves ia fazer o cruzamento, voltei para a área e vi o Neymar bem marcado pelo Rafa Márquez", começou a descrever. "Não pensei que ele ia conseguir concluir, mas ainda assim me preparei caso conseguisse. Logo o vi ganhar pelo alto, e o resto foi tudo por instinto. Me estiquei o máximo que pude e consegui defender."

Logo que ocorreu, a jogada já passou a ser comparada com a histórica de defesa de Banks contra Pelé em 1970, "a defesa do século". De fato, acompanhando os dois lances lado a lado, é realmente surpreendente a semelhança. Com humildade, Ochoa não conseguiu esconder a alegria ao ser comparado com um dos grandes momentos da história das Copas do Mundo da FIFA.

"Claro que conheço essa jogada, já a vi muitas vezes", exclamou o arqueiro. "Sei que é considerada a melhor defesa da história. É uma verdadeira honra que digam que a minha foi parecida. Realmente, sinto muito orgulho."

O cenário perfeito
Para quem segue a carreira de Ochoa, nem a defesa nem a atuação como um todo foram surpreendentes. O goleiro já viveu muitas jornadas como esta na França pelo Ajaccio, clube com o qual acaba de finalizar o seu vínculo. Sim: Ochoa, a grande figura dos dois primeiros jogos do México na Copa do Mundo, está sem clube.

No entanto, como ele mesmo reconhece, o jogo deste dia 17 de junho teve algo especial. "Não é a mesma coisa, é claro. É uma Copa do Mundo, contra o país-sede... Era o melhor cenário possível. Eu estava realmente motivado para fazer uma boa partida, e acho que pude ajudar quando foi preciso.".

Obviamente, assim que soou o apito final, os elogios vieram de pronto, sobretudo por parte dos seus companheiros, felizes pela atuação do goleiro. O primeiro foi Hector Moreno. "Foi incrível", destacou. "Talvez ele não fosse muito conhecido por jogar em um clube pequeno, mas para nós, que trabalhamos com ele todos os dias, não foi uma surpresa."

A mesma opinião tem Andrés Guardado. "Hoje ele nos salvou", exaltou. "Às vezes tínhamos a sensação de que, por mais que chutassem, ele não deixaria passar nenhuma bola."

Apesar disso, alguns jogadores concordaram que o ideal seria que Ochoa não aparecesse tanto no próximo jogo, embora o goleiro tenha se declarado pronto para qualquer eventualidade. "Às vezes alguns se destacam, às vezes outros, e é claro que eu gostaria de ter menos trabalho", brincou, para rapidamente voltar à seriedade e finalizar. "Na minha posição é preciso estar sempre preparado."