Pesquisa da Ufal revela número elevado de suicídios entre integrantes da LGBT em Maceió
O que você faria em 40 segundos? Pare e pense. Rápido, não? Provavelmente, enquanto você estava pensando no que fazer durante esse curto espaço de tempo, uma pessoa pode ter cometido suicídio em alguma parte do mundo. É o que diz uma pesquisa feita pela Organização Mundial de Saúde (OMS), ao destacar que essa triste estatística é uma das maiores causas de morte no mundo e, também, um grave problema de saúde pública.
Hoje, em um terço dos países, o suicídio é considerado a principal causa de morte entre jovens. E um estudo feito pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, revelou um dado preocupante: o público considerado LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros] demonstra maior risco em cometer suicídio. Dos 32 mil jovens entrevistados, com idades entre 13 e 17 anos, a pesquisa revelou que adolescentes homossexuais são cinco vezes mais propensos a tentativa de suicídio com relação aos heterossexuais.
Trazendo para o contexto nacional, o Brasil se encontra entre os 10 países com maior índice de suicídio e uma pesquisa feita pelo Instituto de Ciências Médicas da Unicamp [Universidade Estadual de Campinas] mostrou que 67% dos entrevistados disseram sentir vergonha de sua orientação sexual, além de 35% apresentaram quadro de depressão e 10% com risco de suicídio. Em Maceió, por sua vez, o número também é elevado.
De acordo com uma pesquisa feita pelos alunos do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em parceria com o Centro de Amor à Vida (Cavida) de Maceió, de janeiro a outubro deste ano, o Hospital Geral do Estado (HGE) registrou aproximadamente 400 casos de tentativas de suicídio entre integrantes da comunidade LGBT e o Instituto Médico Legal (IML) chegou a registrar 61 casos em apenas 10 meses.
Quase 80% já desejou “sumir”
Com o objetivo de investigar o risco de suicídio entre o público LGBT, os pesquisadores realizaram entrevistas com 1.600 participantes entre os meses de agosto e novembro. Desse total, 59% são do sexo masculino, 41%, do sexo feminino e se encaixam numa faixa etária entre 12 e 60 anos, sendo considerados 72% homossexuais e 28% bissexuais e os resultados chamam a atenção.
De acordo com o estudo, 78% dos entrevistados já tiveram a sensação de “sumir”, enquanto que 49% disse já ter desejado não viver mais. Paralelo a isso, 15% dos entrevistados revelaram ter coragem de tirar a própria vida e 10% já teve vontade ou até mesmo tentou tirar a própria vida, mas acha que hoje não conseguiria mais realizar o ato.
O nível de escolaridade dos entrevistados também foi analisado: 13% disseram ter nível médio incompleto, enquanto que 31% apresentaram nível médio completo. O nível superior incompleto aparece como maior público: 37%. Já o nível superior completo, soma 12% do total. Além disso, 2% revelou ter nível fundamental incompleto e 3% possuem nível fundamental completo.
“Estes dados são fundamentais para que possamos criar estratégias de prevenção ao suicídio. Não podemos continuar de olhos fechados par esta realidade”, salientou Wilzacler Rosa, professora que coordenou os trabalhos.
Sexo masculino: mais coragem de ir até o fim
A pesquisa também analisou a probabilidade do ato de suicídio com relação ao sexo dos entrevistados e 63% dos que afirmaram ter coragem de tirar a própria vida se enquadram no sexo masculino. As mulheres aparecem com 37% e os dados são considerados da seguinte forma: 74% homossexuais e 26% bissexuais. Quanto ao grau de escolaridade, 40% deles afirmaram possuir o nível médio completo, enquanto que 16% ainda não o concluíram. Já com relação ao nível superior, 30% revelou tê-lo incompleto e 10% já concluíram. Além disso, 2% disseram ter o nível fundamental completo.
De acordo com os entrevistados, o que poderia levá-los a tirar a própria vida seria a falta de apoio espiritual, seguida de sentimentos gerados por outros dois relevantes motivos: indiferença e preconceito. “As dificuldades no relacionamento pessoal ou familiar, a depressão, a falta de amor próprio, a perda do sentido de viver, a dificuldade financeira, o desequilíbrio mental e a dificuldade para resolução de problemas também foram apontados como fatores motivacionais do suicídio”, complementou Wilzacler.
O apoio como um alerta: conhecendo o Cavida
A pesquisadora revelou ainda que, em parceria com o Centro de Amor à Vida (Cavida) de Maceió, a ideia é ajudar as pessoas que passam por algum tipo de problema que possa ser um fator de risco para o suicídio. “Os dados apresentados são um alerta para o risco de suicídio em uma parte significativa da nossa população, por isso pedimos o apoio dos órgãos públicos e da sociedade com um todo para nos ajudar a salvar vidas”, disse Wilzacler.
E é com base nessa realidade que os trabalhos do Cavida serão intensificados por meio de uma divulgação de seus serviços. “O Cavida é uma associação sem fins lucrativos que tenta se manter por meio de doações. O Centro tem o objetivo de prevenir o suicídio. Para isso, conta com uma equipe de 20 voluntários e eles ajudam oferecendo atendimentos psicossociais, oficinas terapêuticas, grupos de apoio, palestras e cursos”, salientou.
Segundo Wilzacler, 83% dos entrevistados revelaram não ter conhecimento do Centro de Amor à Vida. “Por isso, a ideia é intensificar a divulgação dos trabalhos, para ajudar essas pessoas que precisem e, inclusive, salvar vidas. Além disso, o Cavida recebeu o título de Utilidade Pública no último dia 15 de outubro”, complementou a pesquisadora.
Quem quiser conhecer o Centro de Amor à Vida deve ficar atento ao endereço: Rua Castro Alves, nº 171-A, no bairro do Poço. O local funciona de segunda a sexta em dois horários: das 8h às 12h e das 14h às 18h.
Hoje, em um terço dos países, o suicídio é considerado a principal causa de morte entre jovens. E um estudo feito pela Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, revelou um dado preocupante: o público considerado LGBT [Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros] demonstra maior risco em cometer suicídio. Dos 32 mil jovens entrevistados, com idades entre 13 e 17 anos, a pesquisa revelou que adolescentes homossexuais são cinco vezes mais propensos a tentativa de suicídio com relação aos heterossexuais.
Trazendo para o contexto nacional, o Brasil se encontra entre os 10 países com maior índice de suicídio e uma pesquisa feita pelo Instituto de Ciências Médicas da Unicamp [Universidade Estadual de Campinas] mostrou que 67% dos entrevistados disseram sentir vergonha de sua orientação sexual, além de 35% apresentaram quadro de depressão e 10% com risco de suicídio. Em Maceió, por sua vez, o número também é elevado.
De acordo com uma pesquisa feita pelos alunos do curso de Serviço Social da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) em parceria com o Centro de Amor à Vida (Cavida) de Maceió, de janeiro a outubro deste ano, o Hospital Geral do Estado (HGE) registrou aproximadamente 400 casos de tentativas de suicídio entre integrantes da comunidade LGBT e o Instituto Médico Legal (IML) chegou a registrar 61 casos em apenas 10 meses.
Quase 80% já desejou “sumir”
Com o objetivo de investigar o risco de suicídio entre o público LGBT, os pesquisadores realizaram entrevistas com 1.600 participantes entre os meses de agosto e novembro. Desse total, 59% são do sexo masculino, 41%, do sexo feminino e se encaixam numa faixa etária entre 12 e 60 anos, sendo considerados 72% homossexuais e 28% bissexuais e os resultados chamam a atenção.
De acordo com o estudo, 78% dos entrevistados já tiveram a sensação de “sumir”, enquanto que 49% disse já ter desejado não viver mais. Paralelo a isso, 15% dos entrevistados revelaram ter coragem de tirar a própria vida e 10% já teve vontade ou até mesmo tentou tirar a própria vida, mas acha que hoje não conseguiria mais realizar o ato.
O nível de escolaridade dos entrevistados também foi analisado: 13% disseram ter nível médio incompleto, enquanto que 31% apresentaram nível médio completo. O nível superior incompleto aparece como maior público: 37%. Já o nível superior completo, soma 12% do total. Além disso, 2% revelou ter nível fundamental incompleto e 3% possuem nível fundamental completo.
“Estes dados são fundamentais para que possamos criar estratégias de prevenção ao suicídio. Não podemos continuar de olhos fechados par esta realidade”, salientou Wilzacler Rosa, professora que coordenou os trabalhos.
Sexo masculino: mais coragem de ir até o fim
A pesquisa também analisou a probabilidade do ato de suicídio com relação ao sexo dos entrevistados e 63% dos que afirmaram ter coragem de tirar a própria vida se enquadram no sexo masculino. As mulheres aparecem com 37% e os dados são considerados da seguinte forma: 74% homossexuais e 26% bissexuais. Quanto ao grau de escolaridade, 40% deles afirmaram possuir o nível médio completo, enquanto que 16% ainda não o concluíram. Já com relação ao nível superior, 30% revelou tê-lo incompleto e 10% já concluíram. Além disso, 2% disseram ter o nível fundamental completo.
De acordo com os entrevistados, o que poderia levá-los a tirar a própria vida seria a falta de apoio espiritual, seguida de sentimentos gerados por outros dois relevantes motivos: indiferença e preconceito. “As dificuldades no relacionamento pessoal ou familiar, a depressão, a falta de amor próprio, a perda do sentido de viver, a dificuldade financeira, o desequilíbrio mental e a dificuldade para resolução de problemas também foram apontados como fatores motivacionais do suicídio”, complementou Wilzacler.
O apoio como um alerta: conhecendo o Cavida
A pesquisadora revelou ainda que, em parceria com o Centro de Amor à Vida (Cavida) de Maceió, a ideia é ajudar as pessoas que passam por algum tipo de problema que possa ser um fator de risco para o suicídio. “Os dados apresentados são um alerta para o risco de suicídio em uma parte significativa da nossa população, por isso pedimos o apoio dos órgãos públicos e da sociedade com um todo para nos ajudar a salvar vidas”, disse Wilzacler.
E é com base nessa realidade que os trabalhos do Cavida serão intensificados por meio de uma divulgação de seus serviços. “O Cavida é uma associação sem fins lucrativos que tenta se manter por meio de doações. O Centro tem o objetivo de prevenir o suicídio. Para isso, conta com uma equipe de 20 voluntários e eles ajudam oferecendo atendimentos psicossociais, oficinas terapêuticas, grupos de apoio, palestras e cursos”, salientou.
Segundo Wilzacler, 83% dos entrevistados revelaram não ter conhecimento do Centro de Amor à Vida. “Por isso, a ideia é intensificar a divulgação dos trabalhos, para ajudar essas pessoas que precisem e, inclusive, salvar vidas. Além disso, o Cavida recebeu o título de Utilidade Pública no último dia 15 de outubro”, complementou a pesquisadora.
Quem quiser conhecer o Centro de Amor à Vida deve ficar atento ao endereço: Rua Castro Alves, nº 171-A, no bairro do Poço. O local funciona de segunda a sexta em dois horários: das 8h às 12h e das 14h às 18h.
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