A Justiça Eleitoral de Alagoas decidiu multar o prefeito de Messias, Marcos Silva, e o vice-prefeito, Marcos Valério, por manterem propaganda institucional da Prefeitura no ar durante o período de campanha, o que é proibido pela legislação eleitoral. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AL), tomada por unanimidade no último dia 26, determinou o pagamento de multa no valor de R$ 20 mil para cada um.

A punição foi motivada pela presença do slogan de campanha “Construindo uma nova Messias” no site oficial da Prefeitura durante o período vedado. A legislação proíbe esse tipo de divulgação institucional com caráter promocional próximo às eleições, a fim de evitar que gestores utilizem a estrutura pública para beneficiar suas campanhas.

Segundo o TRE, embora não tenha ficado comprovado abuso de poder político grave o suficiente para cassação de mandato ou inelegibilidade, houve sim uma infração à norma eleitoral, o que justifica a aplicação da multa. Inicialmente, os dois haviam sido condenados ao pagamento de R$ 53 mil cada, mas a Corte reduziu o valor, entendendo que parte das acusações não ficou devidamente comprovada — como, por exemplo, a suposta pintura de prédios públicos com cores da campanha.

O partido Avante, autor de um dos recursos, queria a inelegibilidade do prefeito e do vice por oito anos, mas o pedido foi negado. Para os desembargadores, as provas não foram suficientes para configurar abuso de poder capaz de desequilibrar as eleições.

O julgamento ocorre em meio a uma grave crise política no município. O clima em Messias chegou ao ápice no dia 13 de maio, quando o vice-prefeito, Marcos Valério, foi despejado da sede da Prefeitura. Um vídeo publicado nas redes sociais mostra o vice recolhendo seus pertences do gabinete, afirmando ter sido expulso por ordem direta do prefeito Marcos Silva (Republicanos).