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ECOA: Programa Nosso Chão, Nossa História lança campanha para ouvir pessoas atingidas pela mineração em Maceió

Por Política em Pauta com Ascom ECOA 22/05/2025 08h08 - Atualizado em 22/05/2025 10h10
Por Política em Pauta com Ascom ECOA 22/05/2025 08h08 Atualizado em 22/05/2025 10h10
ECOA: Programa Nosso Chão, Nossa História lança campanha para ouvir  pessoas atingidas pela mineração em  Maceió
Área afetada pela Braskem - Foto: Nosso chão Maceió

O Programa Nosso Chão, Nossa História lançou, na última quarta-feira, 21, a campanha ECOA, uma iniciativa inédita de escuta ampliada que convida a população atingida pelo afundamento do solo em Maceió a compartilhar suas demandas, histórias e sentimentos sobre os danos morais coletivos causados pela atividade de mineração da Braskem. A proposta é reunir percepções e vivências para fortalecer a reparação dos danos extrapatrimoniais nas áreas afetadas.

Para participar, os moradores podem entrar em contato com a IARA, canal oficial da campanha, pelo WhatsApp no número (82) 98710-4889. A ferramenta foi desenvolvida especialmente para facilitar o diálogo com a população de forma simples e acessível.

Além da interação digital, a ECOA também conta com uma equipe de mobilizadores locais que irão realizar buscas ativas em diferentes bairros de Maceió. O foco é alcançar moradores dos cinco bairros mais afetados – Pinheiro, Mutange, Bebedouro, Farol e Bom Parto – e também áreas vizinhas, como os Flexais, onde vivem muitos deslocados pelo desastre socioambiental.

Segundo Dilma de Carvalho, presidente do Comitê Gestor dos Danos Extrapatrimoniais (CGDE), a escuta é um pilar fundamental para garantir que os projetos de reparação realmente reflitam as necessidades da população atingida. “Nada sobre nós, sem nós. É através da escuta das comunidades que poderemos aprimorar os trabalhos do Programa”, destacou.

Danos morais coletivos: impactos além da estrutura

Os danos extrapatrimoniais, também chamados de danos morais coletivos, vão além das perdas financeiras. Eles envolvem o rompimento do tecido social das comunidades, como a perda da convivência entre vizinhos, a interrupção de celebrações comunitárias, o fechamento de pequenos comércios tradicionais e a redução da relação com o meio ambiente.

“Mesmo com outras escutas já feitas, muitos atingidos relatam que não se sentiram plenamente ouvidos”, afirma Dilma, ressaltando que a complexidade emocional e social desses danos exige um processo de escuta contínuo e sensível.

Embora o foco da ECOA esteja na população diretamente afetada, todos os moradores de Maceió estão convidados a participar. O objetivo é compreender como o desastre da Braskem afetou a cidade como um todo, fortalecendo a base para ações de reparação mais efetivas e inclusivas.

O Programa Nosso Chão, Nossa História é resultado de ação civil pública do Ministério Público Federal de Alagoas (MPF/AL), que responsabilizou a Braskem pelos danos causados. O trabalho é coordenado pelo CGDE, com atuação voluntária de representantes da sociedade civil e instituições públicas. A operacionalização é feita pelo Escritório das Nações Unidas de Serviços para Projetos (UNOPS).

De acordo com Bernardo Bahia, gerente do Programa pelo UNOPS, a escuta é parte essencial para guiar os próximos editais. “A primeira geração de editais já trouxe bons resultados, e agora queremos alinhar ainda mais os projetos às necessidades reais das comunidades”, disse.

Ao longo de quatro anos, estão previstos R$ 150 milhões em multas que devem ser pagas pela Braskem, para a reparação de danos morais coletivos, executados por organizações da sociedade civil. 

Política em Pauta

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