O recente anúncio da candidatura de Rodrigo Cunha como vice-prefeito na chapa de JHC em Maceió lança luz sobre o que muitos em Alagoas já suspeitavam: um intricado plano de poder que visa consolidar a ascensão da família Caldas no estado. A movimentação política não apenas destaca a influência crescente dos Caldas, mas também revela uma estratégia calculada para garantir a continuidade e expansão de seu domínio político.

A eleição de Rodrigo Cunha para o cargo de vice-prefeito na chapa de JHC não é apenas uma escolha estratégica, mas também uma peça central de um plano mais amplo. Caso JHC seja reeleito, Cunha se retirará do Senado para abrir caminho para Eudócia Caldas, mãe de JHC, que é a primeira suplente de Cunha. Com isso, Eudócia teria a oportunidade de cumprir um mandato no Senado, um dos objetivos há muito almejados por JHC.

Essa manobra permitiria a JHC manter sua influência enquanto prepara o terreno para sua própria candidatura ao Senado nas eleições de 2026, sem enfrentar um aliado como adversário, caso Cunha permanecesse no Senado. A outra possibilidade é que, devido a possível candidatura de Lira ao Senado, JHC tente ser governador de Alagoas.

A Ascensão dos Caldas
O domínio da família Caldas é evidente em várias frentes. João Caldas, pai de JHC, tentou concorrer como suplente na chapa de Davi Davino Filho ao Senado, em 2022, mas foi barrado pela Lei da Ficha Limpa devido a condenações na Operação Sanguessugas. No lugar de João Caldas na suplência de Davino, entrou Gilda Caldas, cunhada dele. Porém Davino não teve a força esperada e acabou perdendo a eleição em 2022 e precisou se contentar com uma Secretaria Municipal em Maceió.

Apesar disso, ainda este ano, João foi sondado para disputar a prefeitura de Colônia Leopoldina e União dos Palmares, demonstrando a persistência da família na política alagoana.

A eleição passada trouxe à tona questões sobre a utilização estratégica da imagem de JHC por seus familiares. Dr. JAC, irmão de JHC, foi candidato utilizando a logomarca e o nome de JHC. Embora Dr. JAC não tenha vencido a eleição, a estratégia de associar sua candidatura à popularidade de JHC foi notável.

Rafael Brito, pré-candidato a prefeito de Maceió e adversário de JHC, criticou publicamente o projeto de poder da família. Em entrevista à Folha de São Paulo e Uol, Brito afirmou que, se Rodrigo Cunha tivesse vencido a eleição para o Governo do Estado, a mãe de JHC teria se tornado senadora, o que ilustraria a complexa rede de interesses e estratégias da família Caldas.

Além disso, este ano, Dr JAC busca mais uma cadeira política, deste vez aguarda um parecer do TRE, sobre o processo que ele busca transferir o domicílio eleitoral para Marechal Deodoro e concorrer à Prefeitura de Marechal no cargo de vice-prefeito da oposição.

Com tudo isso, o que se conclui é que a candidatura de Rodrigo Cunha como vice-prefeito na chapa de JHC em Maceió é apenas uma parte de um plano mais abrangente da família Caldas para consolidar seu poder político em Alagoas. A estratégia de JHC de garantir um mandato para sua mãe e preparar seu próprio caminho para o Senado destaca uma abordagem calculada e estratégica para garantir a continuidade e expansão de sua influência política.

Enquanto isso, a oposição continua a questionar e analisar as implicações desse projeto de poder, sublinhando a complexidade e o impacto das dinâmicas políticas em Alagoas.