O nascimento dos gêmeos, Pedro e Laura, hoje com dez anos de idade, mudou a trajetória profissional de Aline Lima (44). Até os 34, ela havia atuado em três empresas de Arapiraca. Iniciara cedo no mercado de trabalho, aos 14 anos, e exerceu diversas funções, de caixa ao controle de saída do estoque. Também frequentava a escola e, aos 17, iniciara o namoro com o futuro esposo, Daniel da Silva com quem divide o cotidiano há quase três décadas. Após o casamento, teve sua primeira filha, a Allane Melissa, e continuou trabalhando em um escritório.

Conciliar a maternidade, afinal eram três filhos pequenos, e o trabalho formal ficou difícil. Foi, nesta época que, incentivada pelos irmãos, decidiu abrir seu próprio negócio: o Churros da Aline, no bairro Brasília, em 2012. A escolha do ponto foi mais afetiva do que estratégica: próximo à casa da avó. Um grande acerto. Além de estar em frente a um supermercado, há diversas lojas, inclusive escolas, no entorno. Os clientes, porém, não vêm só das redondezas. Há quem cruze a cidade apenas para comprar os churros da Aline. Ela tem uma clientela fiel e que cresce a cada dia.

A receita da iguaria é um segredo de família, claro. “Meus irmãos, Anderson e Aldo que também vendem churros, experimentaram e adaptaram várias receitas até chegar a esta que eu também utilizo”, conta sem revelar nenhum dos ingredientes.

O menu inclui os churros tradicional (de R$ 3 e R$ 4,50), com recheios de doce de leite, chocolate, morango, goiabada, catupiry, catupiry misto, Nutella e Nutella Misto, e os churros gourmet (de R$ 6 a R$ 9) que, além de uma embalagem especial e recheio, vêm ainda com uma generosa cobertura à escolha do cliente que pode incluir confeitos de chocolate, paçoca, entre outras guloseimas. Parece irresistível? E é mesmo! Enquanto eu fazia a entrevista, tinha até fila para comprar. De idosos a crianças, o doce é um sucesso absoluto.

O mais impressionante é que Aline faz absolutamente tudo sozinha, desde o preparo da massa, feita à mão, até a montagem e atendimento aos clientes. Ela fica no ponto das 14h às 18h30, de segunda à sexta. Pela manhã, pratica exercícios físicos, leva e busca os filhos na escola, faz almoço, arruma a casa e prepara tudo para o trabalho da tarde. Ela afirma que, apesar de corrido, valeu muito a pena ter decidido montar seu próprio negócio. “Consigo ficar em casa e fazer o que uma mãe precisa fazer e à tarde venho trabalhar para atender os meus clientes que eu tanto amo”, afirma.

Hoje, sua preocupação é colocar o delivery, uma demanda antiga dos clientes. “Vai sair nos próximos meses”, garante. Para isso, ela planeja ampliar a estrutura e também contratar funcionários para atender melhor os clientes. “Estou me organizando para isso”, garante.

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