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Quem manda mais em Arapiraca?
Não é exagero falar que esta é uma das eleições mais emblemáticas da história recente de Arapiraca. O prefeito ou prefeita eleita no próximo dia 15 de novembro terá a honra e responsabilidade de conduzir a cidade no ano de seu centenário em 2024. São muitos os ingredientes que tornam esta eleição única, falando apenas dos ingredientes que a gente conhece, pois não são poucas as situações imperceptíveis aos olhos de grande parte da população.
O quadro político mudou completamente de desenho com a morte do prefeito Rogério Teófilo, passado o momento de dor e consternação que nem todos respeitaram, deu-se início a uma verdadeira corrida de reorganização de alianças. O momento foi de demonstração de forças: política e financeira.
O pleito deste ano já surpreende por revelar o rompimento do ex-prefeito e vice-governador Luciano Barbosa com o clã dos Calheiros, algo que até bem pouco tempo atrás era inimaginável, dado o nível de fidelidade de Barbosa para com os Calheiros. Até o mais inocente dos alagoanos sabe que estão em jogo aí muitos interesses, mas com certeza o projeto de poder de cada um dos envolvidos está “na frente” do interesse público.
Das poucas eleições que acompanhei, e das que eu escuto falar, não me recordo de uma eleição com tantos candidatos, seja pela quantidade ou seja pela densidade eleitoral. Temos pelo menos quatro nomes de relativo peso na disputa, além de alguns novos nomes que se lançam com a promessa de combater a “velha política. ”
Mas particularmente tem me chamado a atenção duas situações: primeiro a falta de pesquisas de intenção de voto e a realização de um único debate. Até o momento em que escrevo este texto nenhuma pesquisa foi divulgada em Arapiraca. Eu fico me perguntando por qual motivo e a quem interessa esta falta de informações e de espaço para o debate.
O outro quesito que salta aos os olhos é a irracional e raivosa tentativa dos Calheiros de colocar cabresto e sela no povo de Arapiraca, como se fossemos montaria. A postura nada democrática deve ter consequências para este e para o próximo pleito. É grande a insegurança gerada pela decisão atrasada do TRE-AL, julgando Luciano Barbosa apenas na última semana de campanha, cabendo a este último ainda recorrer ao TSE mas com muito pouco tempo para isso.
Na briga de vaidades e interesses pessoais quem sai perdendo é a população de Arapiraca, que perde com a enxurrada de Fakenews sobre a validade ou não da candidatura de Luciano Barbosa e que perde com o acirramento político que coloca mais uma vez o futuro gestor ou gestora da cidade em rota de colisão com as forças políticas hegemônicas do estado, o roteiro que a gente já conhece: é prefeito que não se bate com governador e vice que recebe salário sem trabalhar na prefeitura.
Bruno Euclides
Bruno Euclides: Arapiraquense e Alagoano na essência, oficial da PMAL, ex-presidente do ASA de Arapiraca e eterno inconformado com as injustiças.
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