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Investigado pela PF, Benedito de Lira tentará ser prefeito na Barra de São Miguel

Por Paulo Marcello 27/04/2020 09h09
Por Paulo Marcello 27/04/2020 09h09
Investigado pela PF, Benedito de Lira tentará ser prefeito na Barra de São Miguel
Ex-senador alagoano é pré-candidato a prefeito nas eleições deste ano - Foto: Imagem: Cláudio Roberto
O ex-senador Benedito de Lira será candidato a prefeito da Barra de São Miguel este ano. Biu de Lira conta com o apoio do prefeito Zezeco e do setor produtivo local. Benedito de Lira e seu filho Arthur Lira, deputado federal, são investigados pela Polícia Federal (PF) no esquema de corrupção da Petrobras.

Benedito de Lira (77) irá receber, ainda sem data definida, o título de cidadão honorário de Arapiraca. A honraria foi concedida pela Câmara Municipal em 2019 após aprovar indicação do vereador Pablo Fênix (PSDB). Posteriormente, a Casa Legislativa irá informar a data para a sessão especial de outorga do Título de Cidadão ao ex-senador que nasceu na cidade de Junqueiro em 1942 e que iniciou a vida pública aos 24 anos de idade.

Tem na bagagem uma história política que teve início em 1966 como vereador em Junqueiro, sua terra natal. Depois Biu migrou para a capital do Estado, onde também foi eleito e reeleito vereador. Foi deputado estadual por três mandatos seguidos de 1983 até 1994. Em 2002, foi eleito deputado federal e reeleito em 2006. Em 2010, Benedito de Lira foi eleito senador com 904.345 votos (35,94%).

Em dezembro de 2016, votou a favor da PEC do Teto dos Gastos Públicos. Em julho de 2017 votou a favor da reforma trabalhista. Em outubro de 2017 votou a favor da manutenção do mandato do senador Aécio Neves derrubando decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal no processo onde ele é acusado de corrupção e obstrução da justiça por solicitar dois milhões de reais ao empresário Joesley Batista.

Benedito de Lira e seu filho Arthur Lira são investigados pela Polícia Federal (PF) no esquema de corrupção da estatal Petrobras. A PF pontou indícios de corrupção passiva após a conclusão dos inquéritos abertos para apurar a participação de Benedito e Arthur Lira. De acordo com o texto do relatório, Arthur e Biu "se beneficiaram com o recebimento de quantias periódicas indevidas, oriundas do pagamento de propinas por empresas que tinham contratos com a Petrobras, em razão do controle pelo Partido Progressistas (PP) da Diretoria de Abastecimento, ocupada por Paulo Roberto Costa, em troca de votar a favor de projetos de interesse do governo federal".

Em fevereiro de 2016, teve seus bens bloqueados pelo Supremo Tribunal Federal, em decisão do ministro Teori Zavascki, no valor de R$1,6 milhão. O pedido do bloqueio foi feito pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que é responsável pela investigação contra Benedito, na Lava Jato.