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Renan ignora críticas e mantém Luciano na Educação, apesar das denúncias e prisões de servidores

Por Paulo Marcello 19/09/2019 00h12
Por Paulo Marcello 19/09/2019 00h12
Renan ignora críticas e mantém Luciano na Educação, apesar das denúncias e prisões de servidores
Palanque de autoridades e políticos ficou esvaziado e o clima azedou - Foto: Imagem: Ascom/Seduc
O governador Renan Filho (MDB) resolveu ignorar as críticas e sugestões sobre um eventual afastamento do secretário de Educação, Luciano Barbosa (MDB), mesmo após o escândalo milionário descoberto pela Polícia Federal (PF) que culminou com a prisão temporária de quinze suspeitos, sendo sete servidores públicos. Por enquanto, o secretário e vice-governador permanecerá no comando da Seduc, mesmo desgastado politicamente.

Luciano foi designado a representar o governador no desfile cívico das comemorações do Dia da Emancipação de Alagoas, comemorado na última segunda-feira (16), mas a estratégia de colocar o secretário ao lado de autoridades e sobre tudo de políticos ‘foi um tiro no pé’. O vice-governador contou apenas com a presença da deputada estadual Ângela Garrote (PP), da controladora geral do Estado, Clara Bugarim e alguns.assessores.

A ausência de secretários estaduais no palanque do governo, indica que o clima pode não estar agradável no Palácio República dos Palmares e que a permanência de Luciano na Seduc é meramente uma decisão do próprio governador Renan Filho, que tenta apagar as chamas do incêndio da Operação da Federal colocando seu vice na linha de frente em boa parte dos eventos oficiais.

Operação Casmurros 

Deflagrada pela Polícia Federal, investiga desvios de recursos públicos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte do Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Fundeb), na Secretaria Estadual de Educação, comandada por Luciano Barbosa, que também é vice-governador de Alagoas.

A Operação foi conduzida pela PF, Ministério Público Federal (MPF) e Controladoria Geral da União (CGU) e dez dos quinze detidos, que estavam recolhidos no presídio Baldomero Cavalcante, em Maceió, foram soltos. As investigações ainda estão em andamento na fase ostensiva, ou seja, com análise de todo o material apreendido como aparelhos eletrônicos, mídias digitais e documentos.

O superfaturamento na execução dos contratos causou prejuízo estimado aos cofres públicos de R$ 8.515.467,60, podendo superar R$ 21 milhões. Foram constatados desvios de recursos públicos do Programa Nacional de Apoio ao Transporte Escolar (PNATE) e do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação Básica (Fundeb).

Luciano x Deputados 

Enquanto isso, o clima na Assembleia Legislativa (ALE) está esquentando. O secretário foi convocado para dar explicações sobre as investigações da Polícia Federal e para falar ainda sobre o retorno de quase R$ 28 milhões aos cofres da União, que poderiam ser investidos em diversas ações, inclusive no EJA (Educação de Jovens e Adultos), mas que não foram utilizados por mera falta de planejamento.