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Como será o amanhã?
O futuro do país ante a profunda crise política e a uma economia deteriorada me parece ser uma grande incógnita. Acredito que a cabeça da maioria dos brasileiros deve estar também com um nó, já não bastam nossos problemas pessoais não é mesmo?
Eu particularmente não acredito em dias melhores nem tão cedo, seja na esfera política ou econômica. Não, esta não é a mera expressão de um sentimento revanchista e mesquinho, apenas sou incapaz de coadunar com a agenda, conservadora, entreguista e massacrante, implementada pelo governo ilegítimo e oportunista de Temer, Cunha, Serra, Renan e Aécio.
Escrevo o texto hoje como quem escreve um diário, antes pensar, escrever, argumentar do que vociferar, brigar e acirrar ainda mais os ânimos num país já dividido e mergulhado no sectarismo. Hora de aplacar nossos desejos mais raivosos, de pensar bastante e darmos continuidade na construção de um país melhor.
Estou convencido dos erros e limitações do governo Dilma, bem como da necessidade de reorganização do governo que já não atendia os anseios da maior parte da população. Contudo, jamais irei concordar, tampouco perdoar a forma como foi montado o novo governo: baixa, rasteira, através de “acordões” e negociações que mais lembram um livre comércio. Mas talvez todos os governos tenham sido formados assim né? Talvez apenas um pouco menos na cara! O exemplo dos três senadores alagoanos eleitos com apoio do governo petista e agora todos favoráveis ao impedimento é um descerrar de cortinas.
Ao manter os direitos políticos e cassar o mandato da Presidenta Dilma, o Senado Federal inova e, ratifica a corrente, da qual faço parte, que enxerga o julgamento como sendo absolutamente político e não jurídico, ainda que existam embasamentos e jurisprudências para qualquer decisão. Ficou claro que os critérios técnicos e jurídicos pouco importam quando a vontade política fala mais alto.
Julgamento político, meus amigos, quem deveria fazer somos nós e não as câmaras legislativas.
Antes de lutar e implementar uma reforma política profunda os brasileiros e nossa sociedade precisamos amadurecer e muito. Mais do que nunca precisamos estudar, debater e procurar entender a relação entre poder político e poder financeiro no nosso país, sob pena de continuarmos a atuar como peças de xadrez num jogo comandado por poucos.
Bruno Euclides
Bruno Euclides: Arapiraquense e Alagoano na essência, oficial da PMAL, ex-presidente do ASA de Arapiraca e eterno inconformado com as injustiças.
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