Chiquinha, a menina mais esperta de toda a vizinhança, não ganhou esse título à toa. Conhecida por sempre enganar seus amigos para conseguir um pirulito ou uma estrelinha na testa para “ficar bem na fita” com o seu “papaizinho lindo, meu amor”, ou até mesmo só para garantir boas risadas, ela sabe como ninguém como obter ganhos através de seu comportamento.

Nesse post, vou falar sobre esse repertório comportamental “chantagista” da Chiquinha refletido no ambiente escolar. Vale, antes de iniciarmos, ressaltar que a vida escolar de Chiquinha não é dotada de muito sucesso. A garotinha não dedica muito de seu tempo aos estudos. Por outro lado, adora fazer piadinha com os colegas de sala. E, quando chega sua vez de responder ao professor, ela busca uma saída pela tangente.

Antes de ler o texto é necessário ver o vídeo! Vamos lá!

O professor Girafales resolve fazer uma pergunta a Chiquinha. Qual a resposta de Chiquinha a esse estímulo? Choro.

O professor, sem entender o que está acontecendo, afirma rapidamente que não dará zero a ela (tudo que a garotinha queria) e, como consequência, ela cessa o choro. A esperta Chiquinha conseguiu seu objetivo: livrar-se da pergunta do professor e de um zero como nota.

Então, o professor, equivocado, resolve dar outra chance a Chiquinha, e o que acontece? Choro novamente.

O choro da Chiquinha é um comportamento operante, visto que existe uma relação entre a resposta (choro) e o estímulo antecedente (as perguntas do professor). Quando Chiquinha chora e atinge seu objetivo, ela tem seu comportamento de choro reforçado, o que a leva a repeti-lo outras vezes e assim controlar o ambiente.

E eis que quem faz uma análise funcional exemplar do comportamento de Chiquinha?

“Isso, isso, isso”

Não só o professor Girafales mas Skinner também está muito orgulhoso de você, Chavinho!

E como era de se esperar, para contribuir ainda mais para a aposentadoria precoce do Professor Girafalis, Nhônho copia o comportamento de Chiquinha (imitação), onde ele analisou a cena e não aprendeu apenas sua topografia (forma), mas aprendeu sobre seus antecedentes e suas consequências, ou seja, sobre a função do comportamento.

E, mais uma vez, [poxa, de novo?] o professor Girafalis reforça o comportamento de esquiva/fuga de um de seus alunos, deixando Nhônho muito satisfeito com sua nova aprendizagem.

E para piorar? O choro coletivo.

Não era pra menos depois de tantos reforços, hein, Professor Girafalis?

Uééééé, uééééé, uéééé

 

Por Renata Lopes Santos
CRP 15/3296 
Psicóloga Clínica Comportamental