Cine Manguaba encerra sete dias de celebração ao cinema com poesia, memória e participação popular em Marechal Deodoro
Festival movimentou a cidade histórica com mostras, oficinas, música e sessões ao ar livre, incluindo a projeção inédita na vela de uma jangada
Marechal Deodoro viveu, entre os dias 1º e 7 de dezembro, uma verdadeira imersão na sétima arte com a realização do Cine Manguaba – 1º Festival de Cinema de Marechal Deodoro. Foram sete dias de exibições gratuitas, oficinas, debates, música, feiras criativas e encontros afetivos que transformaram ruas, praças, instituições e paisagens naturais do município em salas de cinema a céu aberto.
A programação, descentralizada entre o Centro Histórico, Praia do Francês, Massagueira e IFAL – Campus Marechal Deodoro, aproximou moradores, visitantes, artistas e estudantes do audiovisual, reforçando a proposta de integrar cinema, território e comunidade.
No dia 03, a abertura da mostra Mostra Homenagem, realizada no IFAL exibiu o documentário sobre Nelson da Rabeca. O filme Três Dias com o Mestre, dirigido por Glauber Xavier — também diretor artístico e produtor executivo do festival — rememorou o legado do mestre da cultura popular alagoana, inaugurando uma semana marcada pela afetividade e pelo pertencimento.
Na quinta-feira, 04, foi a vez da Mostra Deodorense, que lotou a sala do IFAL com filmes produzidos em Marechal Deodoro. Moradores se reconheceram nas narrativas, como destacou a estudante do EJA Vera Lúcia, emocionada ao ver histórias e personagens da cidade valorizados na tela. Professores e estudantes celebraram o IFAL como espaço de formação, criação e acesso ao cinema.
As oficinas gratuitas iniciadas no dia 1º movimentaram o campus e formaram novos olhares. Kika Sena, ministrante da oficina de roteiro, e Diego Schmidt Jr., responsável pela oficina de produção de filmes com celular, reforçaram a importância do audiovisual como ferramenta acessível e transformadora. Os participantes — de jovens estudantes a adultos retornando ao universo criativo — produziram curtas, aprenderam linguagem cinematográfica e descobriram caminhos profissionais.
A sexta-feira, 05, marcou a Mostra Cinema e Música no Centro Histórico, que contou com a apresentação da Banda Fanfarra Rosa da Fonseca. A exibição reuniu filmes que celebram a memória, a identidade e a sonoridade nordestina. Entre as espectadoras estava a senhora Gilda de Oliveira Moura, que elogiou a oportunidade rara de vivenciar uma noite cultural tão completa na cidade. Já o multiartista Allexandrëa Constantino destacou o impacto social do festival e sua potência para democratizar o acesso ao cinema.
No sábado, 06, a Praia do Francês recebeu a Mostra Corpo, Movimento e Esporte, acompanhada de música ao vivo com Luiz Fabiano Sax e da Feirinha das Minas, que levou arte, moda, gastronomia e empreendedorismo local ao Corredor Verde. Entre os visitantes, Marina Medeiros celebrou a força de um festival que valoriza produções nordestinas. Expositores como David Rogério Farias encontraram no evento a chance de divulgar seus trabalhos e dialogar com a comunidade.
O encerramento, neste domingo, 07, trouxe uma das experiências mais aguardadas: a Mostra Cinema e Meio Ambiente projetada na vela de uma jangada, às margens da Lagoa Manguaba, no bairro de Massagueira. A homenagem ao histórico projeto Acenda uma Vela emocionou o público ao transformar novamente a vela da embarcação em tela, conectando memória, território e poesia visual em uma noite histórica para Marechal Deodoro.
Entre os espectadores da sessão na Massagueira estava Maria Eunice Araújo, artista plástica de Porto Alegre, que está há três meses residindo em Marechal Deodoro, e que descobriu o festival por acaso.
Surpresa e encantada, Maria Eunice expressou sua admiração. “Estou achando essa mostra de uma riqueza cultural muito grande. Sou artista plástica, trabalho com vídeo e foto, e não esperava encontrar algo tão especial aqui, numa cidade próxima de Maceió, mas que não é capital. A proposta da vela da jangada é totalmente original, muito bonita, muito Nordeste. Vim ontem para assistir a Mostra no Francês e fiz questão de voltar hoje, na Massagueira. Vou pesquisar mais e quero interagir com o pessoal do Projeto”, contou ela.
Produzido pela Associação Artística Saudáveis Subversivos, o Cine Manguaba contou com direção de produção de Lidiane Oliveira, direção artística e produção executiva de Glauber Xavier, curadoria de André Dib, identidade visual da Geniuz Digital, assistência de produção de Thaís Lívio, mediação dos debates por Allexandrea Constantino e o trabalho de Kika Sena e Diego Schmidt Jr. nas oficinas.
O festival foi realizado por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura e da Economia Criativa, Governo de Alagoas, Ministério da Cultura, Governo Federal e IFAL – Campus Marechal Deodoro.
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