O 1º Festival de Cinema de Marechal Deodoro chega ao fim neste domingo, 07, com uma das experiências mais aguardadas de toda a programação: a sessão especial da Mostra Cinema e Meio Ambiente, realizada na vela de uma jangada, às margens da Lagoa Manguaba, na Massagueira. A proposta, que homenageia o histórico projeto Acenda uma Vela, promete emocionar moradores e visitantes com uma noite que une cinema, memória, natureza e poesia visual.

A partir das 18h30, o público será recebido com apresentação de uma Banda Fanfarra, seguida da exibição de filmes projetados diretamente na vela da embarcação — uma tradição que marcou comunidades litorâneas entre 2005 e 2013 e que agora ganha novos contornos no Cine Manguaba. A homenagem resgata o gesto simbólico de transformar velas em telas e territórios ribeirinhos em salas de cinema a céu aberto, reforçando a vocação do festival para conectar cultura, identidade e território.

A expectativa para o encerramento cresceu ainda mais após a intensa noite de sábado, 06, na Praia do Francês, que integrou cinema, música, feira criativa e muita troca afetiva com a comunidade.

A abertura ficou por conta do saxofonista Luiz Fabiano Sax, que embalou a chegada do público com música ao vivo. 

Entre o público, a emoção e o impacto da Mostra Corpo, Movimento e Esporte foram unânimes — como destacou a jovem Marina Medeiros. “Moro em Maceió, mas sou de Piranhas, do interior alagoano. E eu estou achando esse evento incrível. Sou do interior e sei da importância de coisas assim, pra comunidade. Ter projetos que envolvam a cultura mesmo, que mostre a cultura e a arte para a população interiorana. A gente precisa conhecer a cultura local. Além disso, a maioria dos filmes são daqui, de Alagoas, e isso é muito importante: saber sobre o que a gente faz, o que tem aqui mesmo na cidade. Mostrar os artistas”, contou.

A noite de sábado também abriu espaço para o empreendedorismo criativo por meio da parceria entre o festival e a Feirinha das Minas, que levou artesanato, arte e inovação para o Corredor Verde. Um dos expositores foi David Rogério Farias, morador do Francês, que encontrou no festival uma oportunidade inédita para apresentar sua produção artesanal de sabonetes.

“Trabalho em Maceió, mas moro no Francês, fiquei sabendo do festival através do meu esposo, que ministrou oficina no Cine Manguaba.

 A minha ideia era divulgar a saboaria artesanal, que é algo que ainda praticamente não existe no francês. A galera está bem curiosa sobre meus produtos… já vendi alguns. Eu adorei a mostra, adorei os filmes, principalmente o primeiro, o Curta Ana Parideira, que foi muito tocante. Acho muito importante trazer os temas da comunidade para os filmes, porque a galera se identifica e isso traz muito mais gente para prestigiar a mostra”, afirmou o saboeiro.

Após a exibição dos filmes, a DJ Fernanda Fassanaro comandou o after, mantendo o público no clima até o final da noite.

A sessão na vela da jangada é gratuita e promete ser mais que uma exibição. Promete ser um reencontro da comunidade com sua própria paisagem, suas águas e suas histórias, uma vez que para esta noite de encerramento, a Mostra Cinema e Meio Ambiente apresenta produções que dialogam com ecologia, território e ancestralidade: Ciranda Feiticeira, Cavaram uma Cova no Meu Coração, Minha Amiga Gilza, A Nave Que Nunca Pousa, Cósmica e Mar de Dentro.

O Cine Manguaba é realizado pela Associação Artística Saudáveis Subversivos, por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura e da Economia Criativa, Governo de Alagoas, Ministério da Cultura, Governo Federal e IFAL – Campus Marechal Deodoro.

MOSTRA CINEMA E MEIO AMBIENTE – 07/12 – 19h – Sessão na Vela da Jangada (Massagueira)

Ciranda Feiticeira — Dir. Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE)
Cavaram uma Cova no Meu Coração — Dir. Ulisses Arthur (AL)
Minha Amiga Gilza — Dir. Pedro Bomba (SE)
A Nave Que Nunca Pousa — Dir. Ellen Morais (PB)
Cósmica — Dir. Ana Bárbara Ramos (PB)
Mar de Dentro — Dir. Lia Letícia