Funcionário que matou patrão esfaqueado em confraternização de fim de ano é absolvido
O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) absolveu Eliandro Bastos, de 36 anos, acusado de matar o empresário Kerli Fabrício durante uma confraternização de fim de ano em dezembro de 2024, em Cláudio, no Centro-Oeste de Minas. A decisão é de setembro, mas o conteúdo da sentença não foi divulgado porque o processo tramita em segredo de Justiça.
Eliandro está em liberdade desde janeiro deste ano, quando deixou o Presídio Floramar, em Divinópolis, após receber o alvará de soltura. A família de Kerli tenta reverter a decisão.
Ao g1, a defesa de Eliandro afirma que a absolvição ocorreu após a análise das provas e depoimentos reunidos ao longo da investigação. Segundo o advogado Pedro Henrique Oliveira Bispo dos Santos, tanto o Ministério Público quanto a defesa se manifestaram pela absolvição, e o juiz entendeu que Eliandro agiu em legítima defesa.
Ele reforçou que, por causa do sigilo, não pode explicar o teor da sentença, mas disse acreditar que o entendimento será mantido na 2ª instância.
"O processo ainda tramita sob o pálio do segredo de Justiça, aguardando os trâmites recursais. A defesa acredita em sua inocência e na verdade dos fatos expostos no processo, bem como acredita que a justiça da absolvição pelo reconhecimento da legítima defesa será mantida em 2ª instância", concluiu.
Já a família de Kerli recebeu a decisão com outra expectativa. O advogado Gabriel Melo Vieira, que representa os parentes do empresário, afirmou confiar que o TJMG “fará justiça, como lhe é de costume”.
Vieira reforçou que, por causa do segredo de Justiça e da seriedade do caso, eventuais manifestações serão feitas somente nos autos e em notas oficiais.
Relembre o caso
O crime aconteceu em um sábado, no dia 21 de dezembro de 2024, quando Eliandro e Kerli discutiram durante a confraternização da empresa, segundo a Polícia Militar (PM).
Kerli teria dito ao funcionário que ele seria demitido da Metal Polo Aramados e Montagem por ser considerado um “funcionário muito caro”. Eliandro era o empregado mais antigo da empresa.
Segundo a defesa de Eliandro, a fala gerou revolta nele, que quebrou no chão uma garrafa de vinho que havia recebido como presente do patrão. Kerli advertiu o funcionário pelo ato, exigiu que ele limpasse o chão e trancou o portão da empresa, impedindo que Eliandro fosse embora.
Ainda segundo a PM, já do lado de fora, na portaria social da empresa, Eliandro atingiu o empresário com três facadas. Kerli foi socorrido, mas morreu no Pronto Atendimento Municipal.
Na época, a empresa afirmou que não havia “explicação lógica” para o crime, já que patrão e funcionário eram amigos e Eliandro trabalhava havia muitos anos no local.
“O caso ocorreu após a confraternização e do lado de fora da empresa, na portaria social. Não há uma explicação lógica para o ocorrido, pois infrator e vítima eram amigos e o infrator era o funcionário mais velho da empresa, que está evoluindo significativamente, inclusive, mudou de galpão há pouco mais de um mês”, informou a empresa.
Após esfaquear o patrão, Eliandro fugiu e pediu ao irmão que acionasse a polícia porque queria se entregar. Ele foi encontrado pelos militares e preso. A Polícia Civil registrou o caso como homicídio qualificado por motivo fútil — quando o motivo do crime é considerado desproporcional ou banal.
Advogado explica a legítima defesa
Em janeiro deste ano, o advogado Pedro Bispo já havia explicado ao g1 a tese da defesa. Na época, ele informou que Eliandro havia sido indiciado pela Polícia Civil por homicídio qualificado por motivo fútil, mas que a defesa sustentava a versão de legítima defesa.
“A faca usada no crime estava no local e ele teria pegado e escondido o objeto para se proteger. Não existem provas de que ele tenha planejado ou desejado matar o patrão. A conduta foi uma reação ao que ele enfrentava naquele momento”, disse o advogado.
Bispo também explicou que a soltura de Eliandro ocorreu após pedido da defesa, que recebeu parecer favorável do Ministério Público.
“O inquérito foi concluído, e, em seguida, entrei com o pedido de revogação da prisão preventiva. No mesmo dia, o Ministério Público se manifestou favoravelmente, considerando a ausência de motivos para que ele continuasse preso. O juiz então decidiu pela soltura e expediu o alvará”, afirmou.
Últimas Notícias
Brasil disputa amistosos com França e Croácia
Colisão envolvendo quatro veículos é registrada na AL-220; motorista que provocou acidente fugiu do local
Hemoal funciona em horários especiais no feriadão de Nossa Senhora da Conceição
Funcionário que matou patrão esfaqueado em confraternização de fim de ano é absolvido
Saiba como funciona o formato da Copa do Mundo de 2026
Vídeos mais vistos
Morte em churrascaria de Arapiraca
Black Friday 2025
Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca
3º BPM realiza formatura do1º Ciclo de Instruções de Nivelamento Operacional

