Marechal Deodoro viveu dois dias de profunda celebração da memória, da arte e do pertencimento com o início do Cine Manguaba – 1º Festival de Cinema de Marechal Deodoro. Desde quarta-feira, 03, o prédio do Instituto Federal (IFAL) se transformou em uma grande sala de cinema, reunindo moradores, estudantes, artistas e amantes da sétima arte em projeções gratuitas que exaltam território, cultura e história.

A abertura do festival ficou marcada pela Mostra Homenagem, dedicada ao mestre Nelson da Rabeca. O público assistiu ao filme Três Dias com o Mestre, dirigido por Glauber Xavier, que também assina a direção artística e a produção executiva do festival. A sessão emocionou a plateia ao revisitar a sensibilidade, a força poética e o legado musical do artista.

Na quinta-feira, 04, o Cine Manguaba continuou exibiu a Mostra Deodorense, totalmente voltada a obras filmadas em Marechal Deodoro. Foram exibidos Nelson da Rabeca (Celso Brandão), Meninos do Francês (Duda Bertho), O Que Meu Corpo Fala (Valéria Nunes), Dédão, o Caçador de Polvos (Pablo de Luca) e Memória como Lugar de Origem (Kika Sena). A sala lotada refletiu o orgulho da população ao ver sua própria história projetada na tela.

Entre os emocionados estava Vera Lúcia, estudante do EJA, que destacou a importância de reconhecer a beleza cotidiana da cidade. “Fiquei maravilhada de ver pessoas simples, surfistas, artistas, trabalhadores do dia a dia sendo reconhecidos. A forma como a cidade foi mostrada é muito bonita. Isso valoriza nossa cultura e nossa própria identidade”, disse ela.

A presença do IFAL como um dos pilares do festival foi reforçada pelo professor Thiago Bianchetti, docente de Sociologia e fundamental parceiro para realização do Cine Manguaba. “A gente abraçou o festival desde o início. A proposta dialoga com as áreas que temos no campus — meio ambiente, música, humanidades — e criou oportunidades para nossos alunos participarem de processos profissionais reais. Queremos ampliar isso nos próximos anos, trazendo mais estudantes, especialmente do EJA, e fortalecendo a ideia de um laboratório de humanidades com o cinema no centro”, contou o professor.

Além das exibições, as oficinas gratuitas do Cine Manguaba movimentaram o campus, desde o dia 1º até quinta-feira, 04. A oficina de roteiro e elaboração de projetos, ministrada por Kika Sena, e a oficina de produção de filmes com celular, conduzida por Diego Schmidt Jr., formaram novos olhares e despertaram possíveis futuros realizadores do audiovisual.

O Cine Manguaba é realizado pela Associação Artística Saudáveis Subversivos, por meio da Lei Paulo Gustavo, com apoio da Secretaria de Estado da Cultura e da Economia Criativa, Governo de Alagoas, Ministério da Cultura, Governo Federal e IFAL – Campus Marechal Deodoro.

Saiba mais sobre o Cine Manguba na página do Instagram: @cinemanguaba

Programação

MOSTRA CINEMA E MÚSICA – 05/12 – 19h – Centro Histórico
Dona Benedita — Dir. Celso Brandão (AL)
O Canto — Dir. Isa Magalhães e Izabela Vitório (AL)
Maracatu Maracatus — Dir. Marcelo Gomes (PE)
Menina Se Quere Vamo — Dir. Juliana Barretto e Nicole Freire (AL)
Cantoria — Dir. Arthur Lins e André Lopes (PB)

MOSTRA CORPO, MOVIMENTO E ESPORTE – 06/12 – 19h – Corredor Verde (Praia do Francês)
Ana Parideira — Dir. Juliana Barretto (AL)
Meninos do Francês — Dir. Duda Bertho (AL)
Memória como Lugar de Origem — Dir. Kika Sena (AL)
Como Se Ninguém Estivesse Olhando — Dir. Gi Ismael (PB)
Diálogo — Dir. Coletiva (AL)
Samuel Foi Trabalhar — Dir. Lucas Litrento e Janderson Felipe (AL)

MOSTRA CINEMA E MEIO AMBIENTE – 07/12 – 19h – Sessão na Vela da Jangada (Massagueira)
Ciranda Feiticeira — Dir. Lula Gonzaga e Tiago Delácio (PE)
Cavaram uma Cova no Meu Coração — Dir. Ulisses Arthur (AL)
Minha Amiga Gilza — Dir. Pedro Bomba (SE)
A Nave Que Nunca Pousa — Dir. Ellen Morais (PB)
Cósmica — Dir. Ana Bárbara Ramos (PB)
Mar de Dentro — Dir. Lia Letícia