Caso do caminhão que fechou o Rodoanel com bombas, em São Paulo, tem reviravolta

Por Redação 20/11/2025 09h09
Por Redação 20/11/2025 09h09
Caso do caminhão que fechou o Rodoanel com bombas, em São Paulo, tem reviravolta
Motorista mentiu sobre suposto sequestro de caminhão, em SP - Foto: Redes Sociais

O caso que parou o Rodoanel Mário Covas, em São Paulo, por mais de cinco horas ganhou um novo capítulo na quarta-feira, 19, e teve uma grande reviravolta, após o motorista envolvido confessar que toda a história do sequestro e das bombas era falsa. 

O caminhoneiro compareceu à Delegacia de Taboão da Serra e admitiu que inventou o sequestro. Segundo a polícia, ele próprio montou o falso artefato explosivo com materiais inofensivos e se amarrou dentro da cabine antes de bloquear o km 44 do Rodoanel, sentido Dutra, na manhã do dia 12 de novembro.

Câmeras de segurança flagraram manobras suspeitas momentos antes da suposta ação criminosa. Um motorista que passava pelo local relatou que não viu nenhum assalto, apenas manobras perigosas. A gravação mais impactante mostra o caminhoneiro parando a carreta em um ponto isolado, descendo para urinar e depois atirando sozinho uma pedra contra o para-brisa — ação que ele inicialmente descrevera como parte do ataque.

A falsa ameaça mobilizou um megaoperativo policial, incluindo a interdição total do Rodoanel, 40 km de congestionamento, atuação do GATE, helicóptero Águia e cães farejadores. Após quase cinco horas, as equipes constataram que não havia explosivos reais.

Motoristas que tentaram ajudar no momento da ocorrência afirmaram ter encontrado o caminhoneiro em aparente estado de choque, gritando frases desconexas e imóvel dentro da cabine. Ao ser retirado por um agente do GATE, ele desabou e foi levado a um hospital.

Para um portal de notícias de São Paulo, o motorista afirmou que está em acompanhamento psicológico ao lado da filha e evitou comentar o caso. Ele disse que ainda precisa organizar sessões com um psicólogo antes de conceder entrevistas. Os exames toxicológicos realizados no dia da ocorrência seguem sem resultado divulgado.

O episódio ocorreu justamente na semana em que setores da extrema direita pressionavam o Congresso para incluir o narcotráfico na definição legal de terrorismo — proposta considerada exagerada por especialistas. A narrativa inicial de um caminhoneiro supostamente sequestrado e alvo de explosivos alimentou debates acalorados naquele momento.