Neymar promete transformar litoral de Alagoas e Pernambuco em 'Rota do Caribe' e reacende debate sobre privatização das praias
O jogador Neymar Jr. protagoniza um novo capítulo da ocupação imobiliária de alto padrão no litoral nordestino ao se tornar sócio de um megaproyeto que vai transformar 100 km de costa entre Pernambuco e Alagoas em uma espécie de “Rota do Caribe Brasiliero”. O empreendimento, batizado de Rota Due Caribe Brasileiro, lançado em parceria entre a empresa de Neymar (NR Sports) e a incorporadora Due Incorporadora, prevê 28 empreendimentos imobiliários de luxo — resorts, residências, hotéis — com estimativa de faturamento de cerca de R$ 7,5 bilhões até 2037.
O projeto toma forma em regiões como Porto de Galinhas e Praia dos Carneiros, em Pernambuco, e Maragogi, Antunes e Japaratinga, em Alagoas.
Mas a iniciativa de Neymar chega em meio a um ambiente político-jurídico carregado: tramita no Congresso Nacional a PEC 3/2022 (popularmente chamada de “PEC das Praias”), que propõe a transferência dos chamados terrenos de marinha — faixa litorânea de até 33 metros a partir da linha da maré média — do domínio da União para estados, municípios e particulares.
De um lado, defensores da PEC defendem que a medida facilitará registros fundiários, reduzirá burocracia e estimulará o desenvolvimento local. De outro, críticos alertam para os riscos de especulação imobiliária, cerceamento de acesso público à praia, impacto sobre comunidades tradicionais de pescadores e sobre o meio ambiente costeiro.
Para os defensores do empreendimento, a “Rota do Caribe” representa investimento, emprego, turismo de alto nível e valorização imobiliária em uma região que há décadas tem sofrido com infraestrutura insuficiente e destino subexplorado.
Para os críticos, tal investimento se insere em um padrão de ocupação que exige vigilância: se o acesso à praia e à faixa costeira for privatizado de fato ou na prática, pode haver exclusão de moradores locais, encarecimento do litoral, pressão sobre o meio ambiente e redesenho da paisagem social do Nordeste.
Ambos os polos de análise apontam implicações claras: social (quem se beneficia, quem fica de fora), ambiental (impactos em mangues, recifes, dunas, infraestrutura de esgoto), jurídico (direito à praia como bem público, servidões de acesso), econômico (valorização, investimento, especulação) e político (quem regula, quem autoriza, quem fiscaliza).
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