Cármen Lúcia vota e deve formar maioria para condenar Bolsonaro por tentativa de golpe

Por Redação, com UOL 11/09/2025 10h10
Por Redação, com UOL 11/09/2025 10h10
Cármen Lúcia vota e deve formar maioria para condenar Bolsonaro por tentativa de golpe
Moraes e Carmen Lúcia - Foto: Evaristo Sá/AFP

A ministra Cármen Lúcia, da Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal), apresentará seu voto hoje, a partir das 14h, no julgamento de Jair Bolsonaro (PL).

O placar atual é de 2 votos a 1 pela condenação do ex-presidente. Como três votos formam maioria na Primeira Turma da corte, a ministra pode consolidar a condenação de Bolsonaro e de outros réus do núcleo crucial da trama golpista de 2022.

Depois dela votará o ministro Cristiano Zanin.

O Supremo já tem maioria formada para condenar Mauro Cid, delator e o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, e o general Walter Braga Netto (ex-ministro da Defesa) pelo crime de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.

Discussões sobre as penas devem ocorrer na sessão marcada para amanhã.

Em junho de 2023, a ministra Cármen Lúcia foi a responsável por dar o voto no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que formou maioria para tornar Bolsonaro inelegível.

Em março de 2025, ao votar para tornar réus Bolsonaro e os outros acusados, a magistrada considerou que uma tentativa de golpe ocorreu, sim, e afirmou que a denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) trazia fatos, dias e documentos.

Quem já votou

Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os réus —Dino indicou que deve diminuir a pena para alguns réus por ver "menor importância" na atuação deles.

Já Luiz Fux apresentou um voto para cada crime de cada um dos réus. O ministro discursou por quase 12 horas e absolveu de todas as acusações Bolsonaro, Amir Garnier (ex-comandante da Marinha), generais Parlo Sérgio Nogueira (ex-ministro da Defesa) e Augusto Heleno (ex-chefe do GSI), Anderson Torres (ex-ministro da Justiça) e Alexandre Ramagem (ex-diretor da Abin).

O ministro condenou o delator Mauro Cid e o general Walter Braga Netto apenas por tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito.