Morre, aos 86 anos, Miguel Proença, pianista de prestígio internacional

Morreu nesta sexta-feira (22), aos 86 anos, o pianista Miguel Proença, um dos maiores nomes da música erudita brasileira, reconhecido internacionalmente. Proença teve falência múltipla de órgãos e morreu no Hospital São Vicente, no Rio de Janeiro, cidade onde vivia. A morte do pianista foi confirmada ao blog do crítico musical Mauro Ferreira, do g1, pelo cantor Márcio Gomes. O velório ocorre na Sala Cecília Meireles, no Rio, até as 14h deste sábado (23).
“Miguel foi uma das pessoas mais queridas que já conheci, respirava arte”, escreveu Márcio Gomes nas redes sociais. “Foi sempre um amigo fiel, incentivador. Sua carreira foi brilhante como pianista clássico, mas amava a música popular. Suas gargalhadas estão presentes no coração de quem o conheceu. Você deixará muita saudade! Siga em paz, ao som das mais belas melodias”, homenageou o cantor.
Nascido em Quaraí (RS), Proença apaixonou-se pelo piano ainda na infância ao ouvir o som que vinha de um casarão. Tocou em bares, clubes e festas gaúchas e também nos mais prestigiosos palcos internacionais. Trabalhou com afinco para popularizar a música clássica no país.
Na juventude, estudou piano em Hamburgo e Hannover, na Alemanha. De volta ao Brasil, se estabeleceu no Rio e se concentrou em tocar compositores nacionais, como Alberto Nepomuceno, César Guerra-Peixe, Edino Krieger, Ernesto Nazareth, Oscar Lorenzo Fernández, Radamés Gnattali e Heitor Villa-Lobos. Em 2005, lançou “Piano brasileiro”, uma série de dez CDs que apresentam sua interpretação de autores clássicos.
“Sempre fui um batalhador quando o assunto é divulgar a música brasileira. Certa vez, o pianista Jacques Klein chegou a brincar comigo, dizendo: ‘Miguel, como você gosta de Xangô!’”, disse o pianista à revista Concerto em 2006. Ao longo da carreira, Proença gravou mais de 30 discos e colaborou com músicos renomados, como o violinista italiano Salvatore Accardo e o flautista francês Jean-Pierre Rampal. Também trabalhou com a atriz Bibi Ferreira. O pianista também chamava atenção pela semelhança com o ator britânico Anthony Hopkins.
Educador e gestor cultural, dirigiu a Sala Cecília Meireles em 1987 e novamente entre 2017 e 2018. Também comandou a Escola de Música Villa-Lobos e foi secretário municipal de Cultura do Rio entre 1983 e 1988. Nesse período, fundou a Orquestra de Câmara da Cidade do Rio de Janeiro. Proença ainda deu aulas no Instituto de Artes da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e na Universidade de Música de Karlsruhe, na Alemanha.
Em 2019, no governo Jair Bolsonaro, assumiu a Funarte, mas foi demitido em novembro daquele ano. A exoneração se deu após o pianista ter se unido a outros representantes da classe artística em defesa da atriz Fernanda Montenegro, que havia sido atacada pelo dramaturgo Roberto Alvim, então diretor do Centro de Artes Cênicas da instituição. Alvim chamou a atriz de “sórdida” e “mentirosa”.
“Ao sair de cena aos 86 anos, Miguel Proença deixa legado que extrapola a própria obra, abarcando a difusão do piano brasileiro em todo o solo nacional”, escreveu o crítico musical Mauro Ferreira. “Esse trabalho como músico e educador regeu a vida de Miguel Proença, vivida com fidelidade e dedicação ao cultivo da paixão à primeira vista que teve pelo som do piano quando andava com a mãe pelas ruas da cidade natal de Quaraí (RS) em rota que definiu o caminho do artista”.
Proença deixa três filhos: Paulo, Daniel e Laura.
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