Criadora de bonecas reborn diz faturar até R$ 300 mil por mês com vendas e tem vídeo com 5 milhões de views no TikTok

Com vídeo que alcançou 5,3 milhões de visualizações em um perfil no TikTok, com 2,6 milhões de curtidas, Alana Nascimento, de 46 anos, cria bonecas hiper-realistas — conhecidas como bebês reborn — e ganha a vida confeccionando e vendendo as criações em Campinas (SP) há 22 anos.
Para se dedicar exclusivamente ao ofício, ela abandonou a faculdade de enfermagem no último semestre e, atualmente, chega a faturar R$ 300 mil com as vendas em meses de maior procura — como em maio (Dia das Mães) e dezembro (Natal).
Os preços das bonecas de Alana — que fazem xixi, podem mamar e até tomar banho — vão de R$ 750 a R$ 10 mil, segundo ela. Uma das criações foi apresentada por ela no vídeo que chegou a 5,3 milhões de visualizações.
"É uma das bebês mais reais que eu tenho aqui na maternidade" diz a criadora, durante o vídeo.
Alana foi uma das entrevistadas na reportagem do Fantástico que abordou o universo das bonecas reborn, com colecionadoras e até lojas com simulação de parto de bebês empelicados.
Do hobby à profissionalização
Alana fez um curso técnico de enfermagem e chegou a trabalhar como babá. Ela conta que começou a customizar bonecas comuns com maquiagem e cabelo sintético como um hobby, sem qualquer curso ou técnica profissional.
Com o tempo, passou a investir em materiais e cursos de pintura. "Tudo o que eu ganhava, [trabalhando como babá] eu reinvestia nas bonecas", conta.
Após viralizar nas redes sociais, Alana relata ter recebido várias críticas e já foi chamada até de "louca" e que tentava substituir Deus.
"Isso é uma obra de arte, eu não estou aqui para substituir filho de ninguém. Teve pessoas que falaram, 'você é louca, você tem que ir pro manicômio, você tem que ser internada, ela tá substituindo Deus'", relata Alana.
A primeira exposição de Alana foi em um shopping da região de Campinas, com apenas 12 bonecas feitas por ela. Todo o valor arrecadado foi investido nas primeiras encomendas de bonecas que ela recebeu após a exposição.
"Fiz minha primeira exposição, com apenas 12 bonecas. E foi uma loucura. Todo mundo gostou, porque era diferente", relata.
Em 2009, a artista abriu sua loja física e, durante a pandemia, o estabelecimento ganhou um diferencial. A ideia da Alana foi colocar as bonecas expostas ao público em incubadoras reais, descartadas por hospitais e restauradas.
As funcionárias da loja são chamadas de enfermeiras porque, além de atender o público, são responsáveis por realizar os "partos" simbólicos das bonecas.
A boneca reborn é apresentada em uma encenação que simula o nascimento. Ela sai de uma estrutura que representa a bolsa amniótica, com direito a cordão umbilical.
Alana trabalha com variedade nos materiais de produção, desde vinil até silicone, conhecido por deixar as peças no bebê mais realistas. Cada parte do corpo pode levar 10 a 20 camadas de tinta e são levadas ao forno a cada aplicação.
Outra etapa é a implantação do cabelo, que é colocado fio a fio com ferramentas específicas. "É um cabelo bem fininho, que você vai introduzindo a agulha fio por fio", diz Alana.
Segundo ela, uma boneca pode levar até três semanas para ser finalizada, e o custo também varia de acordo com os modelos. A boneca mais cara da loja pode chegar a ter o custo de produção de R$ 6 mil. A artista produz de 10 a 20 bonecas por mês, com auxílio de uma equipe.
De colecionadores a mulher em tratamento contra câncer
Entre os clientes de Alana estão colecionadores e crianças. A mulher conta que foi "terapêutico" para clientes que acharam um conforto nas bonecas. Alana conta a experiência de uma cliente que cuidou de um bebê reborn por dois anos, até conseguir engravidar.
"Passado o tempo, ela se envolveu tanto com aquilo [em cuidar da boneca] que eu fiquei sabendo depois que ela acabou tendo um filho de verdade. Então ela pôs o sentimento naquela boneca, e acabou esquecendo da dificuldade".
Segundo a artista, o efeito terapêutico vai além do colecionismo. Ela já produziu bonecas com feridas simuladas para uma ONG que atende crianças com doenças raras da pele, com o objetivo de ensinar mães a fazer curativos em casa.
Críticas nas redes sociais
Vídeos e conteúdos com bebês reborn estão cada vez mais em alta na internet. Dos reviews aos mais inusitados, uma influenciadora de Itapira conseguiu 1 milhão views no TikTok fazendo um parto de uma boneca, como as feitas por Alana.
Com os vídeos nas redes sociais, cresceram também os comentários negativos, segundo Alana. Ela relata que há quem critique o apego exagerado aos bonecos. A produtora diz que respeita as opiniões e reforça que o trabalho é artístico e, muitas vezes, terapêutico.
“O reborn é 8 ou 80. Ou a pessoa ama, ou odeia. Mas o importante é respeitar”, afirma.
Além da rotina no ateliê e na loja, Alana é mãe de trigêmeos, e conta com ajuda de familiares e babá para conciliar o trabalho com a maternidade. Durante a pandemia, a loja chegou a fechar, mas foi reaberta com o conceito de “maternidade de bonecas”, incluindo berços aquecidos e simulação de partos. A ideia chamou atenção e impulsionou novamente as vendas.
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