Bombeiras relatam desafios enfrentados para aliar maternidade e profissão

O Dia das Mães, celebrado neste domingo, 11, vai além de uma simples data. É um tributo ao amor incondicional que transforma e fortalece. Mães são muitas vezes vistas como super-heroínas, incansáveis, presentes e capazes de enfrentar qualquer desafio, entretanto, a realidade é repleta de obstáculos que exigem coragem e resiliência diárias.
No Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas (CBMAL), as sargentos Jairalice e Priscilla são exemplos vivos dessa força. Elas compartilham não apenas a missão de salvar vidas, mas também a de cuidar e educar seus filhos, conciliando duas das tarefas mais nobres e exigentes que existem. As histórias delas revelam a beleza e os desafios de ser mãe e bombeira, uma jornada marcada por amor e entrega.
Maternidade
A 3ª sargento Jairalice já atuava como bombeira quando se tornou mãe pela primeira vez, em 2021. Com o nascimento de Bento, ela pôde vivenciar de perto todos os desafios não apenas da rotina materna, mas também do exercício de sua profissão. Pouco mais de dois anos após o nascimento do primogênito, a sargento engravidou do segundo filho, Bernardo. Atualmente, Bento tem 3 anos e Bernardo, 11 meses. Como mãe de dois pequenos, ela vivencia intensamente os desafios de conciliar a rotina exigente da carreira de bombeira com as responsabilidades da maternidade.
“O desafio de ser mãe e retornar às atividades como bombeira militar é enorme, especialmente no puerpério. Há muita incerteza sobre o que vamos encontrar no trabalho. Antes, nos preocupávamos apenas com nossa vida profissional e pessoal, agora, precisamos lidar com imprevistos como doenças, compromissos escolares, consultas e vacinas, o que impacta diretamente a rotina laboral”, explicou.
Jairalice também falou sobre como a maternidade contribuiu para sua visão profissional e sobre as renúncias que ela impõe na carreira militar. “Depois da maternidade, ficamos mais vulneráveis, especialmente em ocorrências com crianças, que antes não nos abalavam tanto. A vida profissional passa para segundo plano. Muitas vezes, estamos de licença-maternidade quando surgem cursos importantes ou precisamos recusá-los por não termos com quem deixar nossos filhos. Assim, sacrificamos muito da nossa trajetória profissional em prol da presença junto a eles, pois não podemos simplesmente deixá-los”, enfatizou.
Apesar dos desafios, ela ressalta que a maternidade trouxe uma força transformadora e o sentimento único que carrega. “Mesmo sendo tão desafiadora, a maternidade é uma das experiências mais ricas na vida de uma mulher. Desde a descoberta da gravidez, adquirimos uma força extra. Cada sorriso, cada passo, cada palavra dos nossos filhos é impagável. São momentos únicos, que não voltam, e nos quais precisamos estar presentes”, ressaltou.
Retorno às atividades
A 2ª sargento Priscilla, por sua vez, já era mãe de Guilherme, de 15 anos, quando descobriu sua segunda gravidez. Ela conta que, por muito tempo, desejou ter outro filho, mas acabou deixando o plano de lado. No ano passado, quando menos esperava, recebeu a notícia: estava grávida de uma menina, a pequena Alice. Priscilla descreve que a felicidade foi imensa, mas também sentiu medo e inseguranças diante de uma nova gestação após tantos anos.
Apesar dos receios, Priscilla recebeu acolhimento e apoio dentro da instituição, o que a tranquilizou e motivou durante toda a gravidez. Hoje, com dois meses e meio, a pequena Alice divide com a mãe uma jornada de redescoberta e aprendizado. “Achei que tiraria de letra, já que não sou mãe de primeira viagem, mas 15 anos é muito tempo. A gente esquece muita coisa. Quando a vejo chorando e não sei como aliviar uma cólica ou gases, choro junto. Mas, graças a Deus, com o tempo vamos nos adaptando. As noites sem dormir vão melhorando também”, relata.
Sobre a volta ao trabalho, Priscilla destaca o entusiasmo e a apreensão com o retorno às atividades. “Estou com muita saudade do Corpo de Bombeiros, muito ansiosa para voltar. Meu ambiente de trabalho é como uma diversão para mim, gosto do que faço e das pessoas que convivem comigo. Mas também estou receosa com as decisões que virão: creche ou babá? Será que será de confiança? Sigamos!”, concluiu a sargento.
Acolhimento
Conciliar a rotina intensa e exaustiva de uma carreira operacional com a maternidade é tarefa árdua. As noites sem dormir, o esgotamento físico e mental e a pressão de atuar em um ambiente ainda majoritariamente masculino impõem desafios diários. O ingresso de mulheres no CBMAL é relativamente recente, ocorreu há 30 anos, em 1994, e, por isso, a instituição busca cada vez mais acolher e apoiar suas militares mães.
O CBMAL conta com o Núcleo de Segurança e Qualidade de Vida no Trabalho (NSQVT), que promove atividades focadas no bem-estar dos militares, buscando oferecer mais qualidade de vida à tropa. O núcleo também realiza encontros e seminários para pais e mães de crianças atípicas, proporcionando um espaço de troca de experiências e apoio.
Outra iniciativa é o Centro de Treinamento Físico e Desporto (CTFID), que promove treinos voltados ao público feminino, incentivando a interação, o cuidado com o corpo e o fortalecimento dos laços entre as bombeiras.
Neste Dia das Mães, o Corpo de Bombeiros Militar de Alagoas parabeniza todas as mães, bombeiras e civis, que desempenham o papel mais importante e desafiador de todos: gerar, cuidar e educar vidas. As mães bombeiras são inspiração, exemplo de força, amor e dedicação, representando a conexão mais pura que existe entre duas pessoas.
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