Adolescente de 15 anos é internada após sofrer bullying, ataques racistas e homofóbicos

Por Redação com Terra 08/05/2025 20h08
Por Redação com Terra 08/05/2025 20h08
Adolescente de 15 anos é internada após sofrer bullying, ataques racistas e homofóbicos
Colégio Presbiteriano Mackenzie, em Higienópolis, São Paulo - Foto: Divulgação

Uma adolescente de 15 anos, estudante bolsista do 9º ano no Colégio Presbiteriano Mackenzie, em Higienópolis, bairro nobre de São Paulo, está internada em um hospital público após ser vítima de bullying, racismo e homofobia por colegas da mesma instituição.

A advogada que defende a família, Réa Sylvia Batista, disse em entrevista ao Terra que a adolescente sofre ataques racistas e homofóbicos desde quando entrou no colégio, no ano passado. A estudante tem bolsa integral filantrópica e ingressou na instituição com outros dois irmãos.

“A mãe da aluna já tinha encaminhado dois e-mails para a instituição falando que a filha estava sendo vítima de bullying e de racismo. A coordenadora Lucy Chaves tomou as declarações da mãe, chamou ela pessoalmente na escola, mas não tomou nenhuma providência”, disse a advogada.

Segundo a advogada, no dia do aniversário da menor, no final de abril, a coordenadora chegou no meio da sala, chamou a menor 

e disse que não era para ela continuar com esse mimimi, que ela não estava sofrendo racismo nem bullying e que ela deveria dar graças a Deus por estar em uma escola boa sem pagar nada.

“O estado psicológico dela foi se agravando. A questão da homofobia é pela ausência de namorado, porque os colegas chamavam ela de ‘preta lésbica’”, relatou a advogada.

Na último dia 29 de abril, a aluna foi encontrada por uma colega no banheiro da instituição desacorda, no que pode ter sido uma tentativa de suicídio, de acordo com a advogada.

A adolescente foi encaminhada para a Santa Casa de Misericórdia no mesmo dia do ocorrido e, posteriormente, transferida para um hospital público. Na noite de ontem, terça-feira, 7, a adolescente tentou novamente tirar a vida dentro do hospital.

A Secretaria de Segurança Pública informou que não houve registro sobre o caso, no entanto a Polícia Civil registrou ocorrência e investiga o caso. O celular da adolescente passará por perícia nos próximos dias.

Em nota enviada ao Terra, o Mackenzie informou que está apurando cuidadosamente as circunstâncias do ocorrido. Disse ainda que até o momento não é possível afirmar quais foram as causas do episódio.

Íntegra da nota do Colégio Mackenzie

No dia 29 de abril, uma aluna do 9º ano do Colégio Presbiteriano Mackenzie Higienópolis foi encontrada no banheiro da escola precisando de auxílio. Imediatamente, ela recebeu atendimento do bombeiro civil e da médica pediatra do colégio, sendo prontamente encaminhada à Santa Casa, em ambulância própria da escola, acompanhada pela coordenadora pedagógica e pela pediatra.

A direção e a coordenação acolheram a mãe presencialmente minutos após o ocorrido e, nos dias seguintes, seguiram acompanhando a situação de perto. A equipe de orientação educacional e a psicóloga escolar — que já acompanhavam a aluna e sua família — seguem prestando suporte com cuidado, escuta e responsabilidade. Assim, o contato e o apoio à família têm sido contínuos.

Sabemos que situações como essa mobilizam dúvidas e preocupações. Por isso, é importante reforçar que, até o momento, não é possível afirmar quais foram as causas do episódio. Trata-se de uma adolescente que conta com todo o respeito, dignidade e consideração por parte do Colégio — assim como todos os nossos alunos.

O Mackenzie está apurando cuidadosamente as circunstâncias do ocorrido, com seriedade e zelo, ouvindo todos os envolvidos no tempo e nas condições adequadas, inclusive a aluna, assim que estiver pronta para se manifestar no ambiente pedagógico.

Seguimos comprometidos com o bem-estar dos nossos alunos e com a construção de um ambiente escolar acolhedor, seguro e respeitoso para todos.