Um grupo de torcedores organizados do Santos invadiu o CT Rei Pelé na tarde desta segunda-feira para cobrar o elenco pela má campanha no Campeonato Brasileiro.

A invasão aconteceu por um portão anexo do CT, ao lado do campo onde costumeiramente treinam as categorias de base. Havia um amistoso do sub-15 em andamento e o portão estava destrancado. O grupo caminhou em direção ao gramado principal, onde estavam treinando alguns jogadores.

A Polícia Militar foi acionada pelo Peixe para conter os manifestantes, que protestaram e cobraram os atletas. O Peixe é o penúltimo colocado e perdeu no último domingo para o Red Bull Bragantino, na Vila Belmiro. O tenente Marcus conversou com a imprensa sobre a ocorrência.

— Os torcedores viram ali uma oportunidade de conveniência. Cerca de 100 torcedores, acessaram pelo portão lateral. Tiveram contato direto com jogadores, chegamos logo após. Não fizemos intervenção, não teve ninguém ferido e nem depredação ao patrimônio. Mas foram todos qualificados. Acessaram da forma errada, conduziram da forma errada esse contato. Vamos confeccionar o Boletim de Ocorrência. A gente não sabe tratar se foi invasão tendo em vista que o portão estava aberto. Analisaram uma chance de acessar. Não podemos tratar como invasão. Não sabemos quem orquestrou o movimento. Conseguimos ver algumas lideranças, vai ser colocado no BO. Depois, vai para o Ministério Público — disse o porta-voz da PM, sem precisar como foi o comportamento dos uniformizados.

O presidente Marcelo Teixeira não estava no local no momento da invasão, que foi flagrada por pessoas próximas ao CT. Em frente ao local, há uma obra em andamento, cuja visão para o gramado em cima dos andares já construídos do prédio é total.

O único dirigente presente no momento da invasão era Pedro Martins, CEO do clube, que também foi cobrado pelos manifestantes. Ele não quis falar com a imprensa depois da derrota para o Bragantino e dias depois de dizer que o clube será morto por "saudosismo".

A Torcida Jovem assumiu a autoria do protesto e divulgou em redes sociais um áudio de um de seus integrantes explicando como se deu o ato.

— Diretoria e lideranças foram. A gente, numa ação sem violência, para dar um impacto. Fomos buscar com jogadores, comissão técnica e dirigentes. Só estava o Pedro Martins, falou com a gente. Ligamos para o Marcelo Teixeira e solicitou a presença dele, mas ele não veio. Só o Pedro. Essa foi nossa pauta, querer falar com todos os setores do clube. De cima para baixo, cobrança estrutural. Infelizmente, só pudemos falar com jogadores. Pedimos que os resultados em campo se reflitam através da vontade deles. Sabemos que o processo é longo, mas não estamos vendo dos jogadores uma vontade e responsabilidade. Cobramos postura digna de Santos. Elenco no papel é bom, mas a postura não — disse o porta-voz da torcida organizada.