Em uma cerimônia comovente e histórica, o papa Francisco será sepultado nesta semana fora dos muros do Vaticano, rompendo com uma tradição centenária da Igreja Católica.

O pontífice argentino, que faleceu aos 88 anos na madrugada desta segunda-feira, 21, em Roma, após 12 anos de pontificado, havia expressado o desejo de descansar na Basílica de Santa Maria Maggiore, uma das mais importantes igrejas marianas da capital italiana.

A escolha do local reflete a forte devoção de Francisco à Virgem Maria. “Quero ser sepultado em Santa Maria Maggiore por causa da minha grande devoção”, afirmou o papa em 2023, ao revelar publicamente seu desejo de ser enterrado fora do Vaticano — uma decisão inédita entre os pontífices dos últimos 100 anos.

Além da escolha do local, Francisco também optou por mudanças no formato do sepultamento. Diferente dos papas anteriores, que eram enterrados em três urnas (de cipreste, chumbo e carvalho), ele será colocado em um único caixão de madeira com revestimento interno de zinco — mais simples, mas ainda respeitoso, refletindo o estilo humilde e próximo ao povo que marcou seu papado.

O falecimento ocorreu após cerca de 40 dias de internação, devido a uma pneumonia dupla. Mesmo debilitado, Francisco fez aparições públicas nos últimos dias. No sábado, 19, foi visto na Basílica de São Pedro, e no domingo de Páscoa, 20, apareceu na Praça de São Pedro, onde acenou para milhares de fiéis e deixou uma mensagem contundente aos líderes mundiais.

“Peço aos responsáveis políticos que não cedam à lógica do medo, mas usem os recursos disponíveis para ajudar os necessitados, combater a fome e promover iniciativas que favoreçam o desenvolvimento”, declarou, emocionando os presentes.