Cirurgião do Hospital do Coração Alagoano alerta sobre cuidados para prevenir tromboses

Caracterizada pela formação de um coágulo sanguíneo que se desenvolve dentro de um vaso, a trombose é uma condição que preocupa muitas pessoas. No Brasil, a média de internações diárias por trombose venosa, por exemplo, é de 165 pessoas, e a doença é responsável por quase 500 mil internações entre 2012 e 2023.
Diante deste cenário, o cirurgião vascular Márcio Medeiros, que atua no Hospital do Coração Alagoano, em Maceió, alerta sobre as medidas para evitar o problema, que pode acabar bloqueando parcial ou completamente o fluxo sanguíneo, o que pode resultar em graves complicações, como embolia pulmonar e a síndrome pós-trombótica.
A embolia pulmonar - complicação mais grave e temida - ocorre quando um coágulo, geralmente localizado nas pernas, se desprende e caminha pela circulação sanguínea até o pulmão. Com isso, ela provoca sintomas como falta de ar súbito, dor torácica e, se não tratada imediatamente, leva o paciente ao óbito.
Já a síndrome pós-trombótica é uma complicação tardia, que ocorre nas pessoas que tiveram tromboses mais extensas ou foram tratadas inadequadamente. É a sequela crônica da trombose, provocando inchaço permanente, dores nas pernas, escurecimento da pele e feridas difíceis de cicatrizar. Ela ocorre quando os trombos permanecem cronicamente obstruindo as veias das pernas.
“Os principais sintomas da trombose podem variar dependendo da localização e da extensão do coágulo. No entanto, alguns deles são mais comuns e merecem atenção imediata, como o inchaço e dor localizada principalmente na panturrilha que é um dos sinais mais típicos da trombose venosa profunda e, geralmente, acontece em um só lado. Também acontece alteração na cor da pele que pode ficar azulada no local devido à diminuição do fluxo sanguíneo”, explicou o cirurgião vascular do Hospital do Coração Alagoano.
Segundo Márcio Medeiros, existem diversos fatores de risco que aumentam a chance de uma pessoa desenvolver trombose. Entre eles, a imobilidade prolongada.
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“Ficar muito tempo sentado ou deitado, como em viagens longas ou durante períodos de internação hospitalar, pode aumentar o risco de trombose. O envelhecimento, a obesidade, mulheres gestantes e, nos primeiros dias após o parto, são outros fatores de risco frequentes”, especificou.
O especialista ainda acrescentou que, pessoas com câncer, insuficiência cardíaca, histórico familiar de trombose, bem como em uso de substâncias anabolizantes, anticoncepcionais e terapia de reposição hormonal, estão mais propensas à trombose.
“É importante observar que, alguns métodos anticoncepcionais podem aumentar o risco de trombose, especialmente em mulheres que fumam ou têm predisposição genética. E, caso a pessoa tenha parentes próximos com histórico de trombose, o risco de desenvolver a condição também aumenta”, alertou.
Prevenção
A boa notícia é que, em muitos casos, a trombose pode ser prevenida. O cirurgião destacou algumas medidas essenciais para reduzir os riscos.
“Evitar longos períodos de imobilidade é fundamental. Em viagens longas, faça pausas para caminhar ou movimentar as pernas. Isso ajuda a melhorar a circulação sanguínea. Para quem precisa ficar longos períodos em pé ou sentado, o uso de meias de compressão pode ajudar a prevenir a trombose. Sem esquecer que manter uma rotina de exercícios contribui para a saúde cardiovascular e melhora a circulação sanguínea”, completou o especialista.
Quando diagnosticada, a trombose exige tratamento imediato. De acordo o especialista, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos anticoagulantes para prevenir a formação de novos coágulos e facilitar a dissolução dos existentes.
Em casos mais graves, pode ser necessário realizar procedimentos cirúrgicos para remover o coágulo ou aliviar a obstrução, pois reduz o risco de ocorrência das sequelas crônicas da trombose.
“A trombose é uma condição grave, mas com diagnóstico precoce e prevenção adequada, é possível reduzir seus impactos e até salvar vidas. Caso a pessoa observe qualquer sintoma que indique trombose, como dor, inchaço, ou dificuldade respiratória, deve procurar imediatamente um médico para avaliação. Além disso, adotar hábitos saudáveis e manter-se atento aos fatores de risco são atitudes essenciais para proteger sua saúde cardiovascular”, acrescentou o especialista, reforçando a importância da conscientização sobre a trombose e da busca por tratamento adequado, caso necessário.
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