Cristo Redentor é interditado por falta de posto médico após morte de turista

O Procon realizou uma vistoria no acesso ao Cristo Redentor, na manhã desta segunda-feira (17/3), e determinou a interdição da venda de bilhetes do Trem do Corcovado e do sistema de vans que levam ao local. A medida ocorreu após a morte do turista Jorge Alex Duarte, de 54 anos, no domingo (16/3), que passou mal nas escadarias.
O turista passou mal às 7h39, mas o posto médico da área só inicia o atendimento às 9h. Ele foi socorrido pelo Samu, que chegou às 8h13, mas não resistiu. O Procon justificou a interdição citando a falta de assistência médica no horário de funcionamento do monumento.
O Santuário Cristo Redentor responsabilizou o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) pela falta de fiscalização na prestação de serviços essenciais no Alto Corcovado. A responsabilidade pelo atendimento médico no local é da concessionária, Trem do Corcovado, de acordo com o contrato firmado com o ICMBio — que é o órgão responsável pela fiscalização dos serviços.
Em entrevista, o secretário de Estado de Defesa do Consumidor, Gutemberg Fonseca, afirmou que o órgão vem recebendo denúncias e reclamações há duas semanas e que, ao notificar o ICMBio, o Instituto respondeu que deveriam contatar o Instituto do Patrimônio Histórico Nacional (Iphan). Ao Correio, o Iphan afirma que “não tem qualquer responsabilidade sobre o funcionamento do posto médico no Cristo Redentor”. Confira a nota completa do Iphan no fim da matéria.
O Instituto Chico Mendes declarou que a responsabilidade pelo atendimento médico é da concessionária Trem do Corcovado, conforme previsto no contrato. Em nota enviada ao Correio, o ICMBio lamentou a morte do turista e se solidarizou com a família e amigos. “Informamos ainda que a manutenção e o pleno funcionamento do Posto de Primeiros Socorros no Alto do Corcovado é de responsabilidade da empresa concessionária Trem do Corcovado, conforme previsto no contrato fiscalizado pelo Instituto Chico Mendes. Diante do ocorrido, será aberta uma apuração para verificar as circunstâncias dessa triste fatalidade”, afirmou. Confira a nota completa no ICMBio no fim da matéria.
Em nota, o Santuário Cristo Redentor destacou que, embora o contrato de concessão atribua a operação do posto médico ao Trem do Corcovado, cabe ao ICMBio fiscalizar a prestação do serviço. “Caso o órgão tivesse exercido sua função de forma diligente e identificado a falha na prestação de serviço, deveria ter aplicado as sanções cabíveis conforme previsto no contrato. No entanto, o ICMBio permaneceu inerte, permitindo que uma situação crítica de desassistência ocorresse dentro de um dos pontos turísticos mais visitados do mundo”, afirmou.
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