Perícia encontra sangue em carro de suspeito e descarta participação do pai no caso Vitória

O delegado Luiz Carlos do Carmo, diretor do Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo (DEMACRO), afirmou nesta segunda-feira (10) que a Polícia Civil não tem dúvidas da participação de Maicol Antonio Sales dos Santos, preso no fim de semana, na morte da jovem Vitória Regina de Sousa. A perícia encontrou vestígios de sangue no Toyota Corolla que pertence a Maicol, veículo visto próximo à cena do crime, em Cajamar (SP).
— Nós demos um grande passo com a prisão do Maicol, que é um dos autores que praticou essa barbárie, a degola, as facadas, a tortura — disse Carmo.
Os resultados do exame de DNA para apontar se o sangue encontrado no carro é de Vitória devem sair em cerca de um mês.
A participação de outros dois suspeitos — Daniel Lucas Pereira e o ex-namorado Gustavo Vinicius Moraes — ainda não foi descartada nem confirmada. Os dois suspeitos e Maicol se conheciam, segundo a investigação. Os três moravam no bairro de Ponunduva, em Cajamar, onde também vivia a vítima, que foi degolada no crime.
Carmo afirma que a Polícia Civil deve voltar a pedir a prisão de Daniel, já que, dias antes do crime, o rapaz teria feito vídeos do trajeto que Vitória percorria do ponto de ônibus até a casa onde morava.
— Estava gravado no celular do Daniel, três ou quatro vezes, o trajeto do lugar que a vítima desceu [do ônibus] até a residência. Pode ser uma filmagem já preparando o local onde seria o arrebatamento — disse o delegado.
O delegado afirmou também, durante coletiva de imprensa, que o pai da vítima, Carlos Alberto Souza, não é considerado suspeito de participar do crime, conforme afirmaram reportagens veiculadas nesta segunda.
Gritos na casa do suspeito
Segundo Carmo, vizinhos de Maicol disseram ter ouvido gritos vindo da casa do suspeito no período em que Vitória foi dada como desaparecida. Os policiais ainda tentam localizar a área que teria sido usada como cativeiro.
O delegado afirmou ainda que parte das testemunhas ouvidas pela polícia chegou a ser ameaçada para que mudasse a versão dos depoimentos.
A prática de estupro ainda é investigada e depende de resultados de exames da Polícia Técnico-Científica.
Preso no sábado
Maicol foi preso no sábado devido a "fortes indícios", segundo a Justiça, de envolvimento no crime e contradições no depoimento. Relatos de testemunhas indicam que ele estava próximo ao local do crime, e que o veículo dele foi visto na cena do assassinato. Também foi relatada movimentação suspeita em sua casa na noite do desaparecimento da adolescente.
A juíza do caso autorizou a busca e apreensão na residência de Maicol e do ex-namorado da adolescente, Daniel Lucas Pereira, para encontrar objetos relacionados ao crime. A quebra de sigilo de dados também foi autorizada.
Maicol teria dito à polícia que estava em casa com a esposa na noite do crime. O depoimento, no entanto, entra em contradição com a afirmação da esposa, que disse ter passado a noite na casa da mãe.
Além disso, vizinhos declararam que o suspeito preso entrou e saiu da garagem várias vezes, e disse que o carro, o Toyota Corolla prata, tinha "ficado bom". Outro fato que chamou a atenção dos vizinhos foi o carro ter ficado na garagem, pois, segundo eles, ele tinha o hábito de deixar o veículo na rua.
Entenda o caso
Vitória Regina desapareceu na semana passada após sair do shopping onde trabalhava, no município de Cajamar, na Grande São Paulo, e pegar um ônibus a caminho de casa. Uma câmera de segurança gravou as últimas imagens antes de ela sumir na quarta-feira passada.
Dois homens que estavam no ponto de ônibus haviam assustado a jovem. Vitória enviou mensagens por WhatsApp para uma amiga dizendo que estava "com medo". Ao sair do trabalho, ela escreveu que desconfiava deles.
De acordo com parentes ouvidos pela TV Globo, o pai iria buscá-la de carro, o que era rotineiro, mas naquele dia o veículo dele estava na oficina para ser consertado. Nas imagens, é possível ver o momento em que ela e um dos dois rapazes entram no ônibus.
Até o momento, a Polícia Civil ouviu 18 pessoas para tentar desvendar a morte da adolescente. Segundo o delegado, a primeira parte da apuração é esclarecer quem de fato participou do assassinato, para que depois se esclareça a motivação.
A polícia também descartou nesta segunda-feira que tenham participado do assassinato os homens que foram vistos assediando Vitória antes do desaparecimento, que estavam em um Toyota Yaris.
— Eles brincaram com a vítima naquele momento e depois seguiram e foram para um bar. Nós fomos para o bar, levantamos realmente o horário que eles saíram, nós vimos a conta que foi paga no restaurante — disse o delegado.
Últimas Notícias

Secretário de Estado da Saúde prestigia em Brasília posse do ministro Alexandre Padilha

Leila sugere que clubes troquem Conmebol pela Concacaf após racismo

Jogador do RB Bragantino reage a estímulos com tosse e respiração, diz novo boletim médico

Perícia encontra sangue em carro de suspeito e descarta participação do pai no caso Vitória

Gleisi Hoffmann cita isenção do IR como prioridade da agenda política
Vídeos mais vistos

Festa termina com jovem morta e dois feridos no Agreste alagoano

Protesto na antiga sede do ASA

Morte em churrascaria de Arapiraca

Homem que conduzia motocicleta pela contramão morre ao ter veículo atingido por carro, em Arapiraca
