Quarta-feira de Cinzas, o marco do início da Quaresma e um convite à reflexão e renovação espiritual

Nesta quarta-feira, 05 de março, católicos ao redor do mundo celebram a Quarta-feira de Cinzas, data que tradicionalmente marca o fim do Carnaval e o início de um período de recolhimento e penitência conhecido como Quaresma. Para os fiéis, esse dia simboliza um momento de preparação espiritual rumo à Páscoa, que será celebrada 40 dias depois.
Durante as missas, os padres e ministros abençoam os fiéis colocando um pouco de cinzas sobre suas cabeças ou traçando uma cruz na testa. Nesse momento, duas frases podem ser proferidas: “Convertei-vos e crede no Evangelho”, que lembra a necessidade de mudança de vida e aproximação de Deus, ou “Das cinzas vieste, às cinzas retornarás”, que evoca a brevidade da existência humana.
“As duas possibilidades são válidas porque esses são os dois sentidos principais das cinzas”, explica Filipe Domingues, vaticanista e vice-diretor do Lay Centre em Roma. “Esse dia nasceu como uma manifestação de devoção popular entre os séculos 3º e 4º, quando os cristãos impunham cinzas sobre si em sinal de penitência pública”, complementa a historiadora Mirticeli Medeiros, pesquisadora da Pontifícia Universidade Gregoriana.
O rito foi oficializado pelo Papa Gregório Magno (540-604) no século 7º, sendo chamado de “capite ieiunii”, ou seja, o dia em que se inicia o jejum. Inicialmente, a cerimônia era realizada em silêncio pelo papa, que liderava uma procissão nos arredores das Basílicas de Santa Anastácia e Santa Sabina, em Roma.
Significado bíblico e espiritual
As cinzas carregam duas simbologias principais: a efemeridade da vida e o chamado ao arrependimento. “No Antigo Testamento, Deus lembra que o ser humano é pó e ao pó retornará, destacando nossa pequenez diante da grandeza divina”, contextualiza Domingues. Já no Novo Testamento, a Quaresma é um tempo para reflexão interna, arrependimento e renovação espiritual, seguindo os ensinamentos de Cristo.
O padre Eugênio Ferreira de Lima, assessor da Comissão dos Movimentos Eclesiais da Diocese de Itabira (MG), ressalta que inúmeras passagens bíblicas fundamentam o uso das cinzas. No livro do Gênesis, por exemplo, Deus diz a Adão: “És pó e ao pó voltarás”. Em Jonas, o povo se cobre de cinzas em sinal de arrependimento, enquanto no livro de Jó e no segundo livro de Samuel, as cinzas aparecem como símbolo de humildade e penitência.
No Novo Testamento, Jesus também faz referência às cinzas ao lamentar a falta de arrependimento das cidades da Galileia. Na carta aos Hebreus, a cinza de novilha é associada à purificação e santificação.
Um convite à transformação
Para o teólogo e filósofo Gerson Leite de Moraes, professor da Universidade Presbiteriana Mackenzie, a Quarta-feira de Cinzas é um convite ao autoexame e à renovação espiritual. “É um período que marca momentos de reflexão, arrependimento e busca por uma vida mais alinhada com os valores cristãos”, afirma.
O padre Lima reforça que a Quaresma é um tempo para dedicar mais atenção à palavra de Deus e abrir o coração para as necessidades dos outros. “Somos chamados a perceber a presença de Cristo nos que sofrem: os famintos, os injustiçados, os que precisam de abrigo e alimento”, diz.
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