Com fevereiro avançando rápido e o calor apertando, o Carnaval já está em seus preparativos finais. Não só Alagoas, mas o país inteiro está se preparando para a festa e a folia programadas para os dias entre 1 e 5 de março. Altura perfeita para a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) lançar sua habitual projeção dos efeitos econômicos da época.

Segundo os dados da CNC, o Carnaval deverá gerar cerca de R$ 104,46 milhões, o que representa uma subida de 3,78% em relação à edição de 2024, que se cifrou nos R$100,65 milhões de receita turística. Para todo o Brasil, a estimativa global de receitas prevista pela confederação é de R$ 12 bilhões.

Já segundo o presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Alagoas (Fecomércio AL), Adeildo Sotero, “nosso estado tem uma dinâmica interessante: a capital Maceió se consolidou com as prévias carnavalescas, enquanto as cidades do interior, principalmente as litorâneas, são destinos procurados durante a festa. E isso fortalece o comércio, principalmente nos setores de serviços e turismo, como gastronomia, hotelaria e de entretenimento”.

Sotero especifica os efeitos da procura carnavalesca: “A demanda por fantasias, alimentos, bebidas e serviços cresce durante a festa, beneficiando pequenos empreendedores. O aquecimento do mercado também ocorre "pela chegada de turistas e pela ampliação da rede hoteleira e gastronômica". Para o líder do organismo, o setor de serviços lidera a geração de receitas, "com reflexos diretos no comércio local".

Os Motivos

A chegada de visitantes de outras partes do Brasil e mesmo de estrangeiros para assistir às festas nos principais pontos turísticos do Estado de Alagoas desempenha um papel muito significativo no volume total de receitas geradas. Para tal contribui a abertura e reforço de novas rotas aéreas, fazendo chegar cada vez mais gente. Essas pessoas não só se alimentam e consomem em terras alagoanas, como também se divertem e pernoitam por cá.

E é precisamente o consumo o outro grande motor do aumento das receitas geradas pela festa, que são sentidas em vários setores da economia estadual. Os foliões geram mais dinheiro através da compra de fantasias, das refeições que tomam fora de casa, em restaurantes, bares e vendedores ambulantes, e da utilização de serviços como costureiras, motoristas de aplicativos ou até de sites de jogo como o GameZinger.

O investimento das prefeituras e do governo estadual em eventos carnavalescos como os desfiles tem um óbvio retorno econômico e financeiro, pois os visitantes acabam gerando receitas muito superiores. Como vemos pelo estudo que estamos apresentando, o Carnaval acaba sendo largamente positivo, porque acaba oferecendo às autoridades alagoanas meios para dotar as comunidades locais de melhores infraestruturas e serviços públicos.

Carnaval Mexe com o Mercado de Trabalho

O Carnaval, porém, acaba ajudando também noutro motor econômico particularmente importante: o do setor do emprego. Segundo a CNC, serão criados 395 empregos temporários na região, representando um aumento de mais de 17% em comparação com 2024. Este crescimento representa um aumento acumulado de 143,8% em relação a 2020, confirmando o Carnaval como um verdadeiro impulsionador da criação de emprego em Alagoas.

Sobretudo depois da pandemia de Covid-19, a tendência tem sido de forte crescimento. Em 2020, ainda sem efeitos da pandemia, foram registrados 160 novos postos de trabalho; em 2021, no pico da coronacrise, baixaram para 141; 2022 já ficou marcado por uma subida para 184; 2023 foi novamente de crescimento, com 252 postos de trabalhos criados; e finalmente 2024 imprimiu um forte ritmo de subida para o valor de 337 vagas.

Como não poderia deixar de ser, estes novos postos de trabalho foram distribuídos pelos diversos setores ligados à restauração, hotelaria e serviços turísticos. O mesmo se espera para este novo ano. "A expansão da oferta de eventos e serviços, aliada à recuperação econômica, impulsiona a contratação de profissionais temporários e fortalece a economia local durante o período festivo", sublinhou a CNC no seu relatório anual.