Jovem é denunciado por expor 20 amigas em site pornográfico, utilizando manipulação de imagem com Inteligência artificial
A Polícia Civil de Alagoas está conduzindo uma investigação sobre a exposição e manipulação indevida de imagens íntimas de cerca de 20 mulheres em Maceió. As imagens foram alteradas por meio de inteligência artificial (IA) para simular nudez e situações eróticas, sendo posteriormente divulgadas em um site de conteúdo adulto, sem autorização das vítimas. O responsável, surpreendentemente, é um jovem de 18 anos, amigo próximo das mulheres afetadas.
O caso veio à tona quando uma das vítimas recebeu um aviso de uma amiga que identificou as imagens manipuladas em um site de “vazadas”. Ao acessar o conteúdo, ela encontrou fotos que usavam seu rosto em corpos nus. “Quando entrei, vi que todas as meninas que estavam no site eram amigas minhas e outras conhecidas”, relatou a mulher.
As vítimas perceberam que tinham em comum a amizade com um jovem de 18 anos, que era considerado confiável por todas. Uma delas, que conhecia o suspeito desde os 11 anos, conseguiu identificá-lo rapidamente. “Fiquei apunhalada pelas costas. Era alguém em quem eu confiava”, desabafou.
Ao ser confrontado, o suspeito admitiu sua participação no crime. “Eu gravei enquanto ele falava. Ele disse que era fácil, que aprendeu e fazia tudo tranquilamente. Quando perguntamos se ele tinha postado nossas fotos, ele respondeu: ‘Sim, eu postei, fiz montagens’”, revelou uma das mulheres.
De acordo com os relatos, o jovem utilizava fotos comuns, como imagens de perfil em redes sociais, e as manipulava com softwares de IA especializados em criar "deep nudes", uma forma de deep fake voltada para a simulação de nudez ou cenas de teor sexual. Além disso, ele divulgava os perfis das vítimas, expondo-as ainda mais.
As mulheres afetadas levaram o caso ao 8º Distrito Policial e à Delegacia de Crimes Cibernéticos. Os crimes investigados incluem a exposição de imagens sem consentimento e a manipulação de fotografias, ambos previstos no Código Penal.
“Estamos trabalhando com rigor para garantir que as vítimas tenham justiça. A manipulação e divulgação de imagens íntimas é um crime grave, e estamos apurando todos os detalhes”, declarou o delegado Sidney Tenório, diretor da Delegacia de Crimes Cibernéticos.