Equipes instalam sensores para encontrar vítimas embaixo de ponte que desabou; alagoano segue desaparecido
Neste sábado (28), as operações de mergulhos próximo aos pilares da ponte que desabou entre o Tocantins e Maranhão foram retomadas.
As buscas pelos corpos das vítimas submersas tinham sido parcialmente suspensas, nessa sexta-feira (27), após o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) identificar movimentação da estrutura dos dois lados da ponte, causando risco de novos desabamentos.
Conforme a Marinha do Brasil informou na manhã deste sábado (28), 10 mortes foram confirmadas até o momento e sete pessoas continuam desaparecidas, dentre elas, o caminhoneiro alagoano Beroaldo dos Santos, de 56 anos. Além dessas vítimas, um homem foi resgatado com vida.
Beroaldo é morador de Amélia Rodrigues, a cerca de 90 km de Salvador. A informação de que ele é um dos desaparecidos após a queda da ponte foi confirmada pela família à TV Subaé, afiliada na TV Bahia em Feira de Santana. Beroaldo trabalha como caminhoneiro há 30 anos.
FORÇA-TAREFA
Nas buscas pelas vítimas, foram instalados equipamentos nos pilares para medir possíveis abalos na estrutura e garantir a segurança dos mergulhadores. O Dnit informou que conduzirá medições a cada meia hora para acompanhar a situação.
Conforme o Almirante Coelho Rangel, coordenador das operações de busca e resgate e Chefe do Estado-Maior do 4º Distrito Naval da Marinha, a operação foi suspensa na manhã de sexta-feira (27), na área próxima aos pilares da ponte. Mas equipes continuaram os trabalhos com lanchas, jet skis e por terra, seguindo o leito do rio, até que fosse considerado seguro retomar os mergulhos próximo aos escombros.
O centro de Coordenação de Busca e Resgate retomou as ações de mergulho às 07h50 deste sábado, segundo a Marinha.
Equipamentos para mergulho em águas profundas
Segundo o Almirante Coelho Rangel, após a delimitação do raio de segurança a equipe de busca fará uso de uma câmara hiperbárica para auxiliar em casos de acidente em águas profundas. Os aparelhos foram montados na manhã desta sexta-feira. A profundidade do Rio Tocantins, que tem cerca de 48 metros, tem dificultado as buscas.
Em mergulho de águas profundas, o oxigênio é distribuído por meio de mangueiras acopladas no capacete do mergulhador, o que garante mais tempo submerso em comparação às ampolas de oxigênio que são utilizadas em águas rasas.
O equipamento foi trazido do Rio de Janeiro para o local do acidente por um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) na quinta-feira (26). A câmara é utilizada em casos de mergulho em águas profundas, quando ocorre a chamada doença descompressiva.
"Em águas profundas, nós colocamos o equipamento de mergulho dependente com suprimento de ar em mangueiras em um capacete. Então a gente otimiza muito o uso do mergulhador lá embaixo. Quando ele volta à superfície precisa fazer as descompressões. Mas caso ele passe mal lá embaixo, não vai conseguir passar pelas etapas. Então ele é colocado dentro da câmara hiperbárica e vai fazer essas etapas de compressão nas pressões estabelecidas. Isso traz total segurança para o mergulho", explicou o almirante.Além disso, no também chamado de mergulho dependente, a equipe de supervisão consegue ter acesso às imagens aquáticas em tempo real e pode guiar o mergulhador durante a submersão. A estratégia será utilizada para localizar os corpos das vítimas.
Os veículos submersos devem ser retirados após os corpos das vítimas serem resgatados.