Ufal desclassifica candidato com autismo que passou para medicina
O que era pra ser um sonho se tornou pesadelo na vida do jovem Davi Ramon da Silva Santos. O rapaz de 21 anos com autismo, foi aprovado para o curso de medicina na Universidade Federal de Alagoas (Ufal), mas foi impedido de realizar a matrícula em uma das vagas para pessoa com deficiência, mesmo após apresentar o laudo comprovando a condição.
Davi foi desclassificado depois de passar pela banca de verificação da universidade.
Diagnosticado com autismo de suporte 1 (nível mais leve) aos 20 anos, Davi teve as características identificadas pela cunhada, Jane Silva. “Eu convivo com uma pessoa autista há alguns anos e pude perceber no Davi os mesmos traços. Foi depois de conversar com familiares dele que procuramos profissionais, e ele teve o diagnóstico,” relata Jane.
A desclassificação de Davi gerou surpresa e revolta em sua família, que decidiu recorrer da decisão. Mesmo após entrar com o recurso, a resposta da universidade foi negativa. Eles decidiram buscar amparo na Justiça Federal, entrando com um recurso que ainda não foi julgado.
Davi enfatiza que a legislação reconhece o autismo como uma deficiência, independentemente do nível de suporte necessário. O jovem destaca que os desafios relacionados à socialização, comunicação e adaptação são inerentes à condição do TEA e não podem ser desconsiderados.
A universidade ainda não se pronunciou a respeito.